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Cidades Quarta-feira, 30 de Junho de 2021, 14:11 - A | A

Quarta-feira, 30 de Junho de 2021, 14h:11 - A | A

VÍTIMA DE FEMINICÍDIO

Com filha em estado vegetativo, moradora de VG pede ajuda para concluir estudos

Shyrlley Dias chora quando ouve “as pessoas dizerem que ela só vive pedindo” e explica que pede porque precisa cuidar da filha e de um casal de netos

Adriana Assunção/VGN

Arquivo pessoal

Mãe_filha_feminicídio

Mãe de vítima de feminicídio pede ajuda

 

A moradora do Jardim imperial, em Várzea Grande, Shyrlley Dias da Costa com ajuda de amigos abriu uma vakinha on-line para arrecadar R$ 15 mil que deverá ajudar no tratamento da filha Camila Pamela, 34 anos, vítima de feminicídio em 2015 e também, para concluir um curso de técnica de enfermagem, interrompido por falta de recursos.

Shyrlley conta que Camila Pamela tinha 28 anos quando levou um tiro no rosto com bala explosiva, que a deixou acamada e interagindo somente com os olhos. Shyrlley Dias, teve que sair do emprego para cuidar da filha que vive apenas com um salário mínimo. Com o dinheiro da vakinha espera pagar a Escola Monte Sião em Cuiabá e finalizar o curso.

“A vakinha é para me ajudar a concluir o meu estudo e tornar a cuidadora da minha filha como técnica de enfermagem e também ajudar trabalhando em plantões de 24 horas. Com isso eu poderei receber e não precisar mais de doação e dar o básico do básico para meus netos”, explicou a moradora.

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Ela conta que o incentivo para estudar veio por meio de uma enfermeira que levava até comida para ela não passar fome durante estadia em hospital: “O meu curso de técnica de enfermagem era pago por uma pessoa, mas ela infelizmente perdeu o emprego. Estudei até julho e agosto devendo, minhas notas foram boas. Sem pagar, a escola não me deixou continuar, mas se eu estivesse estudando e tivesse pago agora em junho eu teria a minha formatura. Minha dívida é de R$ 8 mil, mas para eu concluir custa em torno de R$ 14 mil”, relatou.

Shyrlley Dias chora quando ouve “as pessoas dizerem que ela só vive pedindo” e explica que pede porque precisa cuidar da filha e de um casal de netos, filhos de sua filha, que também precisam de ajuda e atenção. Segundo ela, a neta de 13 anos está depressiva e o menino é autista de média branda.

“Camila tem dois filhos, eu, de avó, me tornei mãe, porque cuido também dos filhos dela. Morei no hospital entre o PS de Cuiabá e o São Benedito por 14 meses e 20 dias na luta para conseguir um home care em casa. Hoje é montado uma UTI em casa, abdiquei de tudo na minha vida para cuidar da minha filha e de seus filhos, na época o filho dela estava completando dois anos e a filha sete, hoje o filho está completando 8 e a filha 13, o menino é autista de média branda, vivo em dificuldade”, relatou Shirley.

O atendimento da filha é acompanhado pelo serviço de home care e recebe medicamentos e produtos para curativos do SUS. Entretanto, Shyrlley afirma que os materiais são insuficientes para manter os cuidados e conta com ajuda de doações para seguir o tratamento.

“A empresa contratada para home care não oferece de tudo, só dá a prescrição, assim mesmo alguns itens vêm faltando. Eu vivo em dificuldade constante na questão de alimentação, questão de água potável, energia, produtos de higiênicos que precisa ser específico por ela ser alérgica. Ela ficou tetraplégica espástica franquias, ela é semi vegetativa, ela é lúcida e só consegue se comunicar com as pessoas porque eu ensino piscar os olhos, ela tem emoções, ela chora. Eu nunca pedi nada para mim, 99 % das coisas que peço é para minha filha, os 1% que peço são para meus netos, alimentos, roupas, sapatos e remédios quando ficam doentes. Às vezes não temos dinheiro para comprar um pão”, relatou a mãe da jovem.

 

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