Há sete meses 44 famílias ainda vivem um futuro incerto no Ginásio Poliesportivo Vereador Valdir Pereira, no bairro Mapim, em Várzea Grande. Eles foram despejados do Residencial Colinas Douradas II, após cumprimento de reintegração, por determinação da Justiça Federal.
Mais de 1 mil famílias ocuparam de forma ilegal o conjunto habitacional por três meses. A Caixa Econômica conseguiu reaver o imóvel, em 16 dezembro de 2020, e, na ocasião, mais de 120 famílias foram realocadas no Ginásio Valdir Pereira.
A reportagem do esteve in loco para mostrar como as famílias estão vivendo no local improvisado pela Prefeitura, e entrevistou algumas mães solteiras que relataram a dificuldade que é viver sem uma renda para conseguir sustentar seus filhos e ainda morar em lugar insalubre, alegando não terem para onde ir.
Uma moradora contou que depois de seis meses em uma situação difícil e muitas reivindicações, a Prefeitura resolveu olhar por eles, e uma equipe foi mandada para arrumar algumas coisas consideradas essenciais, como os vasos do banheiro e um chuveiro para crianças que até então tomavam banho de canequinha.
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Segundo ela, as famílias que ali estão é porque não tem mesmo para onde irem, e, que agora são 44 famílias e muitas crianças. Ela contou que uma das moradoras tem 11 filhos. “Estão aqui somente às famílias que precisam, pois não têm para onde ir. Quem tinha um jeito para dar, já deu, aqui ficaram que não tem mesmo para onde ir. Tem pessoas que não têm parentes, e as que têm também estão na maior dificuldade. Tem gente que está pior que a gente aqui”.
Questionada se a Prefeitura ou a Secretaria de Assistência foi até o local e deu algum posicionamento sobre um destino para essas famílias, a mulher disse que até o momento ninguém falou nada, a única coisa que Assistência Social tem feito é levar um sacolão para cada família uma vez por mês, e o Departamento de Água e Esgoto do município está mandando um caminhão-pipa de segunda a sábado.
A moradora lembrou que a última visita que receberam foi do secretário de Governo, Benedito Gonçalo de Figueiredo – popular Dito Loro, que prometeu um destino para as famílias, mas sem previsão.
A reportagem conversou com uma senhora, que relatou que a situação no local é precária, que muitas pessoas ficam doentes, pois no local tem muitos pombos. Ela contou ainda, que uma das crianças tem um problema no coração e a família não consegue recurso para nada.
Já uma 'senhorinha' bem idosa, contou que saiu dali esses dias de ambulância para uma cirurgia de urgência para operar da hérnia. Para ela, é uma tristeza chegar nesta idade e ter que passar por isso. “Estamos aqui nesse aperto, passando mal, necessidade. É muita tristeza, eu choro, passo mal, pois não temos alimento certo para comer. Eu queria que logo resolvessem essa casinha pra nós. Eu queria que eles nos tirassem desse sofrimento, já estava bom”, desabafou a idosa.
In loco, a reportagem do entrou no ginásio e mostrou como as pessoas estão vivendo lá dentro, dividindo o espaço entre 44 famílias e crianças. (confira vídeo no final da matéria)
As famílias dividem o espaço com barracos de lona e outros materiais, como madeira e colchão, para que cada família tenha um pouco de privacidade.
A última entrevista, Ester, abriu seu espaço e mostrou como vive com o filho recém-nascido e mais três crianças de 5, 3 e um ano. No local tem duas camas, um guarda-roupa, armário de cozinha e geladeira.
“A gente vai se virando do jeito que dá, temos a nossa privacidade. Mas é muito difícil viver aqui, é precário, as crianças sempre ficam doentes e nesses dias de frio foi muito difícil, aqui dentro é muito frio. As crianças estão gripadas, elas nunca saram. Sem contar a quantidade de pombos que tem aqui, eles ‘cagam’ em cima da gente, tentamos cobrir mais são muitos.”, relatou ela.
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