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Cidades Quarta-feira, 29 de Setembro de 2021, 08:23 - A | A

Quarta-feira, 29 de Setembro de 2021, 08h:23 - A | A

Caridade polêmica

“Ajuda” para famílias da fila dos ossinhos de Cuiabá vai parar na delegacia

ONG acusa proprietária do açougue doador de ossinhos de difamação; já a proprietária do açougue acusa a ONG de fraude

Rojane Marta/VGN

VGN

cesta básica, fila do ossinho

 

 

O que era para ser uma caridade acabou em polêmica e foi parar na delegacia. Uma Organização Não Governamental (ONG), que fez uma campanha para arrecadar cestas básicas para as famílias da fila do ossinho, em Cuiabá, registrou Boletim de Ocorrências e representou criminalmente contra o açougue Atacadão da Carne, localizado no bairro CPA II, que ficou famoso ao distribuir carne com ossos para pessoas carentes, por suposta difamação. A proprietária do açougue também registrou BO contra a ONG por supostamente usar o nome do seu empreendimento para fraudar “vaquinha” online.

No início de Setembro a Polícia Civil instaurou um Termo Circunstanciado de Ocorrência para apurar os fatos.

Em 30 de agosto deste ano, AARP compareceu à sede da delegacia para registrar um boletim de ocorrência, informando que faz parte da ONG Ação Social Nova Aliança (ASNA), e com intuito de ajudar as famílias que estavam em uma fila a espera de doações de ossinhos do açougue Atacadão da Carne, no bairro CPAII, em Cuiabá, foi feito uma parceria com a página do Instagram chamada "Razões para Acreditar". A parceria, segundo ela, era para fazer uma vaquinha virtual para arrecadar dinheiro para adquirir cestas básicas e serem doadas para as famílias da fila dos ossinhos, como ficaram conhecidas as famílias.

Consta do BO que AARP informa que fez contato com a proprietária do açougue, SO, via whatsapp, informado o que seria feito e como funcionaria, e quem num primeiro momento ela teria dito que não tinha tempo para ler devido a problemas em sua casa, e nesse intervalo o açougue recebeu diversas ligações, onde de acordo com a comunicante o marido de SO não quis que o açougue participasse da campanha de arrecadação, e SO pediu para não veicular o nome do açougue com a campanha de arrecadação e pediu para tirar o nome do estabelecimento da mesma.

A comunicante informa no BO que o nome do estabelecimento foi tirado, como SO pediu, e que em 14 de agosto de 2021 foi feito nas dependências do 3º Batalhão da Polícia Militar de Mato Grosso, no CPA a distribuição das 200 primeiras cestas e 400 kits de alimentação infantil. Ela diz que foi feito um vídeo da distribuição das cestas e postado na página da ONG “Razões Para Acreditar”, na data informada.

Contudo, segundo ela, depois que a proprietária do Atacadão da Carne fez a distribuição de algumas cestas básicas em seu açougue em parceria com o Governo do Estado, SO postou em suas redes sociais uma foto da comunicante (AARP) dizendo que a ONG Asno era uma mentira e que tinham ganhado dinheiro e que não compraram e nem distribuíram cestas básicas, nem um pacote de arroz e que era para ajudarem a denunciar a ONG. AARP contesta SO e afirma que a ONG é séria, existe há quase dois anos e que já ajudou muitas famílias durante sua existência. Ela então, representou a dona do açougue criminalmente pelo crime de difamação.

Vale destacar, que a campanha era para levar 600 cestas básicas e 1200 frangos para moradores em situação de vulnerabilidade social em Cuiabá.

Já a dona do açougue Atacadão da Carne, SO, contou outra versão para Polícia e também registrou boletim de ocorrência contra a ONG.

À Polícia, SO disse que desconhece as declarações prestadas pela denunciante AARP e que uma ONG Social usou o nome de seu estabelecimento para angariar fundos usando sua imagem e imagem de seu comercio, dizendo que queriam ajudar pessoas carentes. Relata que sempre ajudou as pessoas carentes doando carne com osso, e que após tal notícia ser divulgada em nível nacional, em diversos veículos de comunicação, viu o aumento de pessoas que passaram a procurar seu estabelecimento em busca de ajuda do alimento. Em meio a toda a situação social que passa a sociedade, deparou em uma data anterior com profissionais da Prefeitura e do Estado em seu comércio onde se propuseram em ajudar com os carentes.

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Ela diz que após conversas com a primeira-dama Virginia Mendes e sua equipe, ficou combinado que o Estado iria custear a quantia de 200 cestas básicas para os necessitados. As cestas seriam entregues para ela distribuir, e que ela ficou com a responsabilidade de realizar cadastro de 200 pessoas como combinado com a primeira-dama.
No entanto, conforme ela, nesse meio tempo apareceu em seu comércio, membros de uma ONG social que diziam fazer parte da ONG Nova Aliança, e se propuseram a ajudar na organização das pessoas que se encontravam aglomeradas em frente a seu comércio. Ela revela que acabou aceitando, por achar que tal ONG poderia lhe ajudar de alguma forma, e que ficou combinado que a ONG iria doar a quantia de 600 cestas básicas, além de outros alimentos aos carentes.

“Fato que a ONG, agindo de má fé realizou o cadastro de cerca de mais 200 pessoas que estavam no local, sem que a comunicante soubesse, e tal fato resultou que dias apos começou a comparecer em seu comércio centenas de pessoas querendo receber benefício que foram ofertados” cita relato extraído do BO.

SO enfatiza que os membros da ONG a colocaram em um grupo de whatsapp onde enviaram um link, e como tinha outras obrigações, não chegou a abrir o link, e logo após, foi avisada por seus parentes que a ONG estava usando a sua imagem e seu comércio para pedir dinheiro em uma vaquinha virtual, que diziam ser para ajudar os necessitados que iam a seu comércio, então, ela afirma que entrou em contato e mandou a ONG retirar seu nome daquele evento, mas ficou sabendo que foi coletado um valor alto durante a vaquinha e após todos os fatos, vendo que usaram seu nome indevidamente e muitas pessoas lhe cobrando explicações sobre alimentos, resolveu entrar e contato com a primeira-dama Virginia Mendes para relatar os fatos ocorridos.

Segundo SO, ela pediu ajuda para Virginia, já que não poderia arcar com as cobranças em seu comércio e teve apoio da primeira-dama, que a orientou a procurar uma unidade policial e registrar os fatos para se preservar de eventuais futuros transtornos, como também para que possa representar os fatos em uma possível ação perante as autoridades.

Depois disso, SO relata que varias pessoas a procuraram para cobrar valores pagos e prestações de contas, sendo que não sabia do ocorrido, ou seja, segundo ela, “AARP arrecadou valores, fez cadastro de pessoas em nome do açougue e se fez algo com o dinheiro”, “se distribuiu alimento foi em outro lugar, longe do meu estabelecimento” concluiu ao prestar esclarecimentos à Polícia.

Vale destacar que SO compareceu em 17 de agosto à Delegacia para registrar boletim de ocorrência contra a ONG, ou seja, 13 dias antes da ONG.

Ainda, a “ONG VOAA”, da “Vaquinha das Razões”, ingressou com notificação extraoficial contra o açougue, após a divulgação relatando que estaria envolvida na suposta fraude da vaquinha.

 

mensagens açougue

 

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