A polícia suspeita que a adolescente de 15 anos, assassinada pelo ex-namorado em Sorriso, a 503 km de Cuiabá, tenha sido enterrada viva. As ossadas dela e do filho de seis meses estavam enterradas e foram achadas pelos policiais em uma região de mata do município, nesta quarta-feira (19). O corpo de Gislaine Garcia Oliveira estava de bruços e embaixo, o de Carlos Eduardo Garcia Oliveira.
O crime ocorreu há um ano e as vítimas eram tidas como desaparecidas. O ex-namorado, de 18 anos, confessou o duplo homicídio e alegou ter contado com a participação de dois amigos, de 17 e 18 anos. Ele e o amigo de 18 foram presos e o adolescente, apreendido.
A suspeita surgiu após o ex-namorado, de 18 anos, mas que à época tinha 17, ter confessado que estrangulou a adolescente e que no momento do ato ela teria desmaiado rapidamente. Sem verificar se já estava morta ou não, ele e mais dois amigos a enterraram. O delegado da Polícia Civil Pablo Rigo, que investiga o crime, declarou que não descarta a possibilidade da adolescente ainda estar viva quando foi enterrada.
“Pericialmente, ainda não temos como provar isso, mas estrangulamento por si só pode não provocar a morte direta. É uma possibilidade que trabalhamos”, observou. Ele relata que na cova feita pelos suspeitos foram encontrados cabelos, partes de roupas que a adolescente usava, como também meias que seriam do bebê. As ossadas e todos os objetos foram encaminhados à Perícia Oficial e Identificação Técnica de Sorriso (Politec) para análise.
O perito criminal Luciano Nogueira, que acompanhou o trabalho dos investigadores no Bairro União, onde as ossadas foram localizadas, dissse que a princípio é verificada a hipótese de estrangulamento. Ele ressaltou que deverá ser realizado até esta sexta-feira (21) a coleta de DNA para confronto genético com os familiares das vítimas. Nesse caso, conforme Nogueira, deverá ser feito com a mãe da adolescente. O prazo para o resultado do exame de DNA é de 30 a 60 dias.
A mãe da adolescente, Ivani Garcia, disse que deverá ir à Politec nesta quinta-feira (20) para contribuir com os exames que deverão ser feitos. "Estou chocada com tudo isso. Perdi minha filha e meu neto", afirmou.
A hipótese de que a vítima tenha sido enterrada viva também não é descartada pelo perito. “O que normalmente ocorre quando uma pessoa é estrangulada é ela sofrer asfixia mecânica. Ela perde a consciência e pode continuar respirando, o que pode ter ocorrido no caso”, frisou. No entanto, Luciano Nogueira ressalta que o laudo de necropsia deve apontar a causa da morte.
Entenda o caso
O inquérito aberto para investigar o caso aponta que o crime teve motivação passional e foi cometido pelo ex-namorado da vítima, pai do bebê, de 18 anos. Ele confessou ter enforcado o filho na frente da ex-namorada e, depois, estrangulado a adolescente.
O crime ocorreu no Bairro União, nas proximidades do Rio Teles Pires, e os corpos das vítimas foram enterrados no mesmo local. O rapaz alegou ter matado a ex e o filho por descobrir que ela teria o traído. Também declarou não acreditar que a criança era filha dele. No dia do crime, ele teria convidado a então namorada para participar de um piquenique junto com o filho, na região onde foram mortos.
Um amigo dele, também de 18 anos, foi preso e um menor de 17 anos apreendido nesta quarta-feira por envolvimento no duplo homicídio. Eles também confessaram o crime. O delegado Pablo Rigo contou que o ex-namorado da garota já estava preso por participação em outro homicídio que ocorreu há 15 dias na cidade. Desde março de 2014, as vítimas eram tidas como desaparecidas e o caso só foi desvendado após a mãe da adolescente ter procurado a delegacia revelando que as últimas ligações recebidas no celular da filha eram dele.
“A família havia registrado um boletim de ocorrência pelo desaparecimento da garota e da criança, no ano passado, e a investigação seguia por esse caminho. Quando o jovem foi preso suspeito de ter matado um morador da cidade, a família da adolescente revelou que ele era namorado dela e que, no dia do crime, o rapaz ligou várias vezes no celular da adolescente”, relatou o delegado, em entrevista ao G1. Ele disse ainda que a família tinha medo do rapaz e, por isso, não contou sobre o namoro dos dois.
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