Começa nesta terça-feira (04.03), a contagem regressiva de 100 dias para a Copa do Mundo – e a maioria das obras de mobilidade urbana e o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), prometidos pelo governo de Mato Grosso - para o maior evento esportivo do Mundo - não deve ficar 100% prontas.
Silval Barbosa teve cinco anos para preparar Cuiabá e Várzea Grande para receber os quatro jogos da Fifa, – no entanto, não vai dar conta de entregar a maior parte das 56 obras anunciadas e, principalmente, o tão propagado “metrô de superfície” o VLT.
Apenas as obras do estádio, centros de treinamento, Fan Fest e ampliação do aeroporto devem ficar prontas – ainda assim, o aeroporto é uma incógnita até para o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco que declarou na última visita que fez em Várzea Grande que é igual São Thomé “tem que ver para crer”.
Várzea Grande, porta de entrada para a Capital – cidade onde está localizado o Aeroporto Marechal Rondon, está com as vias urbanas tomadas por crateras – com aspecto de abandono e suja.
O aeroporto Marechal Rondon não dispõe de uma estrutura adequada. O espaço do estacionamento está reduzido pelas obras de ampliação do terminal, que limitaram embarque e desembarque à estrutura antiga do aeroporto.
Estádio e COTs - Com sua primeira partida da Copa marcada para o dia 13 de junho, o estádio Arena Pantanal também não foi entregue ainda e já descumpriu cinco prazos de entrega anunciados pelo governo – o primeiro foi dezembro de 2012. Agora, a Secopa diz que as obras estão 97% avançadas e as traves já foram instaladas no campo para um jogo de abertura em abril, entre Mixto e Santos. Porém, ainda falta a instalação de 31 mil assentos até o fim de março.
Os dois Centros Oficiais de Treinamento (COTs) prometidos para a Copa – o da Barra do Pari, em Várzea Grande, e o da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá - também seguem inconclusos. Seus respectivos prazos de entrega eram outubro e dezembro de 2013, ambos descumpridos. O governo alega dificuldades com as chuvas e evita falar em percentual de obras concluídas, mas promete ambas para o final de abril.
Fan Fest - Exigido pela Fifa para a realização da Copa, o Fan Fest é um espaço de entretenimento para torcedores que não puderem assistir aos jogos no estádio. Sua construção tem local marcado em Cuiabá, o Parque de Exposições Jonas Pinheiro, no Bairro Dom Aquino, mas a licitação foi cancelada em janeiro. Segundo a Secopa, o motivo foi a necessidade de alterações no projeto. Somente em 24 de fevereiro - a pouco mais de 100 dias do evento - a Secopa lançou novo edital, cujo resultado será divulgado no final de março.
Mobilidade e VLT - Nesta reta final da Copa, o trânsito é um dos desafios diários da população cuiabana devido às obras não conclusas e os desvios provocados por elas. Além da adequação das ruas no entorno do estádio, a 100 dias da Copa as obras de mobilidade urbana (como as trincheiras) em Cuiabá e Várzea Grande ainda têm atravancado o fluxo com desvios e intervenções nas avenidas João Ponce de Arruda, FEB, Miguel Sutil, Prainha e Historiador Rubens de Mendonça (CPA).
Grande parte das intervenções são para implantação do VLT, novo modal de transporte coletivo licitado por R$ 1,477 bilhão e que, segundo admite a própria Secopa, após os atrasos não deverá ficar pronto sequer para levar os turistas do aeroporto até o centro – pois ainda estará em testes. A meta de finalizar as obras do modal entre o aeroporto e o porto de Cuiabá se deve apenas à garantia de fluxo de veículos no trecho, de modo a proporcionar que o visitante tenha acesso à Arena Pantanal e à rede hoteleira, segundo a Secopa.
‘90% preparados’ - Apesar de todos os atrasos, transtornos e obras inconclusas, o secretário Maurício Guimarães insiste que Cuiabá e os cuiabanos já estão preparados para sediar o torneio. Em entrevista ao G1, o secretário mais uma vez assegurou que consegue entregar para o evento as obras primordiais, como a Arena Pantanal, os COTs, a ampliação do aeroporto e as adequações de mobilidade urbana.
Questionado sobre o andamento de todos os projetos numa escala de zero a dez, ele fez questão de diferenciar os que servirão diretamente ao evento e os que, licitados graças a uma “janela de oportunidades” aberta por ele, ficarão de “legado” para Várzea Grande – como o VLT, que inclusive está na Matriz Responsabilidades assinada junto à Fifa.
“Para o evento Copa do Mundo, avançamos nove. Agora, dos preparativos que nós nos dispusemos a realizar aproveitando as oportunidades da Copa do Mundo, aí uns sete”, declarou o secretário, apontando o VLT como a principal obra pendente na capital mato-grossense.
“Dentro deste conjunto, é a maior obra não só de Cuiabá, hoje ela é a maior obra do Brasil. Então, em função de não ficar totalmente pronta para a Copa do Mundo que nós temos essa avaliação de estar a sete pontos de execução. Mas, quando você olha aquilo que é essencial para a Copa do Mundo, nós estamos nove. Ponto nove”, finalizou. (Com informações do G1/MT).
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