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Brasil Domingo, 03 de Setembro de 2023, 12:21 - A | A

Domingo, 03 de Setembro de 2023, 12h:21 - A | A

Terapia fotodinâmica

SUS aprova uso de nova tecnologia brasileira para tratar câncer de pele

Ministério da Saúde não informa quando estará disponível

Poder 360

Pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) com o tipo de câncer de pele mais comum vão ter um novo tratamento desenvolvido por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo). A tecnologia 100% nacional promete um tratamento rápido, com menos desconforto e foi aprovado para uso na saúde pública.

O tratamento é oferecido gratuitamente no Hospital Amaral Carvalho, na cidade de Jaú, no interior paulista, 1 dos 70 centros de estudos que utilizam a terapia. As lesões que podem ser tratadas são as não melanoma, que respondem pela maioria dos casos de câncer de pele entre os brasileiros.

“O foco do nosso projeto é o carcinoma basocelular em fase inicial de tratamento, uma lesão pequena, com subtipo histológico específico para ser contemplado, para receber a terapia fotodinâmica”, diz a dermatologista Ana Gabriela Sálvio.

O aparelho já tratou mais de 5.000 lesões e está presente em 9 países da América Latina. O custo do tratamento é estimado em cerca de R$ 200 a R$ 300 por lesão de pele com até 1 cm. Após ter esta pomada absorvida pela pele, o paciente passa por uma terapia fotodinâmica, que mata as células cancerígenas. Em apenas duas sessões, de apenas 20 minutos, mais de 90% dos pacientes já podem sair curados.

A terapia é desenvolvida há 20 anos pela USP de São Carlos. O Brasil é considerado o país que mais investiu na técnica fotodinâmica no mundo, segundo a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

Foram mais de R$ 10 milhões, com incentivos da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Ministério da Saúde e Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).

“Um dos grandes desafios do Brasil é colocar a inovação brasileira no nível de produção científica. Somos o 13º país em produção de ciência no mundo, mas o 54º país em inovação de novos produtos, sistemas e soluções para o mundo real. Este exemplo aqui de São Carlos é a ciência básica transformada em inovação e um produto que soluciona um problema do SUS”, diz Celso Pansera, presidente da Finep.

O tratamento já está disponível há cerca de 10 anos no sistema privado. Com o desenvolvimento de uma tecnologia nacional, em julho deste ano, o aparelho foi aprovado para uso no SUS.

“É um sucesso muito grande. Como é uma técnica relativamente barata e conveniente, fácil, que não exige grande infraestrutura, ela é especialmente adequada para o Sistema Único de Saúde, que precisa disponibilizar para um número muito grande de pessoas da sociedade”, afirma o pesquisador Vanderlei Salvador Bagnato, do Instituto Física São Carlos, da USP.

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