Carlos Victor de Carvalho é assessor parlamentar do deputado estadual bolsonarista do RJ Filippe Poubel (PL). Ele é o último dos três presos pela Polícia Federal por suspeita de financiar os atos golpistas em Brasília no último dia 8.
CVC, como é conhecido, é líder do grupo "Direita Campos", na cidade de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense. Considerado até então foragido, ele foi encontrado nesta quinta-feira (19) em uma pousada em Guaçuí (ES).
Na segunda-feira (16), Poubel divulgou nota dizendo que "sempre repudiou atos ilegais e evidenciou respeito aos valores democráticos".
"O gabinete do parlamentar vai buscar informações sobre os fatos veiculados na imprensa, para que não ocorram antecipadamente condenações sem o devido processo administrativo e legal." disse o deputado bolsonarista após CVC se tornar foragido.
O salário líquido de Carvalho como assessor parlamentar é de R$ 5.588. Nas redes sociais, CVC criticou o vandalismo em Brasília.
"Há oito anos organizo atos a favor da direita e nunca depredei patrimônio público ou privado, pois repudio totalmente esses atos de vandalismo. O que aconteceu em Brasília deve ser condenado por todos que querem um Brasil livre e democrático. Não devemos nos igualar à esquerda!", disse Carlos Victor de Carvalho, em publicação no dia 9. A reportagem não conseguiu contato com ele.
Em dezembro, CVC chamou de "infiltrados" extremistas apoiadores de Bolsonaro que atearam fogo em ônibus em ato nas ruas de Brasília.
Com a prisão, a PF finaliza os três mandados de prisão que recebeu na chamada Operação Ulysses. Antes, já tinham sido presos o subtenente Roberto Henrique de Souza Júnior e a doceira Elizângela Cunha Pimentel Braga.
Chamada de Ulysses, a ação investiga:
1) Lideranças locais que bloquearam as rodovias que passam por Campos dos Goytacazes;
2) Quem organizou as manifestações em frente aos quartéis do Exército na cidade;
3) E se os investigados participaram na organização e financiamento dos atos golpistas que levaram à invasão dos prédios dos três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro.
Os investigados poderão ser acusados de associação criminosa, abolição violenta do Estado democrático de Direito e incitação das Forças Armadas contra os Poderes institucionais.
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