O presidente Jair Bolsonaro se recusou, nesta terça-feira (30.07), a dar declarações sobre o massacre no presódio em Altamira, no Pará, que terminou com 57 mortos, dos quais 16 decapitados. Ao ser questionado, ele afirmou que a imprensa deveria perguntar para as vítimas dos presos que morreram.
— Pergunta para as vítimas dos que morreram lá o que eles acham, depois que eles responderem eu respondo a vocês — disse Bolsonaro, na manhã de hoje, na saída do Palácio do Alvorada, após encontro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
O número de mortos foi divulgado pela Secretaria de Segurança ao final do motim, que durou cinco horas no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no Sudoeste do Pará.
O massacre é o maior ocorrido em um mesmo presídio desde o do Carandiru, em 1992, quando 111 detentos foram assassinados, e o quinto com alta letalidade registrado no sistema prisional do país desde janeiro de 2017 — em dois anos e meio, o saldo é de 227 vítimas fatais. O mais recente ocorreu em unidades prisionais de Manaus, em maio, e deixou 55 mortos.A chacina em Altamira teria sido motivada por uma briga entre as facções e ficou marcada pela brutalidade das mortes. Ao menos 16 detentos foram decapitados. A violência extrema tem sido marca da disputa entre facções nos presídios e serve como forma de intimidação entre os grupos criminosos.
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