Para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a declaração do ministro da Economia Paulo Guedes e de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), sobre o Ato Institucional nº 5 (AI-5), não passam de liberdade de expressão. A declaração foi dada durante entrevista concedida à Rede Record na noite de ontem (02.12).
“Eu entendo isso como liberdade de expressão, nada mais além disso. O fato de citar o AI-5, coisa que existia na Constituição passada, eu não vejo nada de mais. O Paulo Guedes e o Eduardo citaram [o AI-5] em um contexto de descambar o Brasil, não para movimentos sociais e reivindicatórios, mas para algo parecido com o terrorismo, como vem acontecendo no Chile”.
Na última semana, durante entrevista em Washington, Guedes declarou que não se surpreenderia caso houvesse o pedido de um novo AI-5 para conter protestos de rua contra o Governo. Anteriormente, o deputado Bolsonaro também sugeriu um novo ato institucional 5, em caso de radicalização da esquerda brasileira.
Bolsonaro declarou ainda que em razão da declaração do Paulo Guedes, sofreu pressões para demitir o ministro. No entanto, segundo ele, essas pessoas que “pediram a cabeça” de Guedes estariam tentando desestruturar o Governo.
“Os que pedem a cabeça do Paulo Guedes, ou pediram, é exatamente com o objetivo de nos desestruturar na questão econômica. O Paulo Guedes está firme, sem problema nenhum, fazendo um excelente trabalho. A reforma mais importante que nós tínhamos pela frente era a previdenciária e ele conduziu com êxito, foi exemplar”, elogiou o presidente.
Ainda, durante entrevista, o chefe do executivo criticou a dimensão dada às fala de Guedes e Eduardo Bolsonaro. “Eu não entendo porque tanta pressão em cima dos dois por causa disso. No Congresso houve um sessão solene para Che Guevara, para tanta gente que no passado tinha uma conduta diferente, antidemocrática, da nossa e nada aconteceu”.
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