O Ministério da Saúde decretou estado de emergência para combater a falta de assistência sanitária que atinge os yanomamis. A portaria foi publicada em edição extra do DOU (Diário Oficial da União), nesta sexta-feira (20), e já está em em vigor.
Por meio de um Centro de Operações de Emergências, o ministério quer "planejar, organizar, coordenar e controlar as medidas a serem empregadas".
As ações se darão em conjunto com gestores estaduais e municipais do SUS (Sistema Único de Saúde).
O grupo ligado à emergência deverá propor ao ministério "o acionamento de equipes de saúde, incluindo a contratação temporária de profissionais" e a "aquisição de bens e a contratação de serviços necessários para a atuação" na emergência.
GRAVE CRISE
O presidente Lula (PT) elaborou um decreto para criar um comitê contra a "grave crise" que atinge os yanomamis.
Hoje (21), o presidente visitará uma região de Roraima onde vivem os indígenas e, segundo o ministro, terá suporte das Forças Armadas.
O comitê será formado por representantes dos ministérios dos Povos Indígenas, da Saúde, da Justiça e Desenvolvimento Social, "para dar conta do problema de desnutrição, fome, saúde, muito grave nessa região", segundo Dias.
Também dão apoio a Funai (Fundação Nacional do Povos Indígenas) e a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena).
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, falou que também irá hoje (21) a Roraima, "a pedido do presidente Lula".
CRISE SANITÁRIA E HUMANITÁRIA
Segundo a pasta dos Povos Indígenas, 570 crianças yanomamis morreram por contaminação por mercúrio, desnutrição e fome, "devido ao impacto das atividades de garimpo ilegal na região.
Em conjunto com Saúde, a pasta "irá decretar crise sanitária e humanitária, enquanto o governo federal decretará o estado de calamidade pública".
Na quarta-feira, o Ministério da Saúde enviou uma equipe para Roraima para elaborar um diagnóstico sobre a população da área.
De acordo com o Ministério da Saúde, nos últimos anos, a população yanomami passou por desassistência e dificuldade de acesso aos atendimentos de saúde.
Casos de desnutrição e insegurança alimentar, principalmente entre as mais de 5 mil crianças da região, foram registrados.
Profissionais de saúde relatam falta de segurança e vulnerabilidade para continuar os atendimentos, dificultando ainda mais a assistência médica aos indígenas.".
A região é palco de confrontos violentos e frequentes entre garimpeiros e os indígenas, além de denúncias de negligência do governo do Estado e da antiga gestão Bolsonaro.
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