Michelle Bolsonaro será intimada pela Polícia Federal (PF) para prestar depoimento no âmbito da investigação sobre o esquema de comercialização de bens oferecidos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante suas viagens oficiais.
O nome da ex-primeira-dama surgiu em diálogos expostos no inquérito, o qual levou à execução de mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira (11.08), no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.
Na justificativa o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mencionou uma mensagem emitida pelo coronel Marcelo Câmara, assessor de Bolsonaro, ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.
Na transcrição do áudio, pode-se ler: "O que já foi, já foi. Mas se esse aqui tiver ainda a gente certinho pra não dar problema. Porque já sumiu um que foi com a Dona Michelle; então pra não ter problema."
"Apesar das restrições, possivelmente, outros presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro podem ter sido desviados e vendidos sem respeitar as restrições legais", trecho do relatório da PF
A investigação apontou que ao menos outros cinco itens teriam sido negociados pelos funcionários de Bolsonaro, gerando pelo menos R$ 1 milhão. Entre esses objetos estão dois relógios, duas estátuas douradas - uma representando um barco e outra, uma palmeira - além de um conjunto de joias que incluía uma caneta, um anel, abotoaduras e um rosário árabe.
A PF destaca, no documento, que esses itens foram entregues ao ex-presidente "enquanto chefe de Estado do governo brasileiro, durante compromissos oficiais com representantes de outros países".
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