A falta de acesso à água tratada e ao esgotamento sanitário levou a morte 2.734 pessoas no Brasil em 2019, uma média de 7,4 mortes por dia. A informação consta do estudo de Saneamento e Doenças de Veiculação Hídrica – ano base 2019, do Instituto Trata Brasil.
O estudo foi feito a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e o Datasus, portal do Ministério da Saúde que acompanha os registros de internações, óbitos e outras ocorrências relacionadas à saúde da população.
Segundo o documento, em 2019 o país ainda registrava quase 35 milhões de pessoas vivendo em locais sem abastecimento de água potável e aproximadamente 100 milhões de pessoas vivendo em residências sem coleta dos esgotos, o que resultou em contínuas internações por doenças de veiculação hídrica, além de um elevado número de óbitos que poderiam ser evitados.
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O número de óbitos por falta de saneamento básico ultrapassou mil casos na região Nordeste; sendo registrado 907 no Sudeste; 331 no Sul; 241 no Norte; e 213 no Centro-Oeste. Entre as doenças de veiculação hídrica, estão as diarreicas, dengue, leptospirose, esquistossomose e malária.
Em 2019, 273.403 pessoas foram internadas por doenças de veiculação hídrica, o que representou aumento de 30 mil hospitalizações na comparação com 2018. A incidência de internações foi de 13,01 casos por 10 mil habitantes, o que gerou gastos de R$ 108 milhões.
O Estado do Maranhão foi o que mais teve pessoas internadas internações por doenças de veiculação hídrica um total de 38,2 mil casos, e o Amapá aparece com menos internações em 2019: 861 casos. Em Mato Grosso foram registrados 4.545 casos de internações (18º lugar no ranking).
Em relação a taxa de internações por 10 mil habitantes, o Maranhão se mantém como o Estado com maiores casos, com 54,4 internados a cada 10 mil; o menor índice é do Rio de Janeiro com 2,84 casos por cada 10 mil. Mato Grosso registrou 13,04 casos por cada 10 mil (14º ranking).
O estudo ainda mostrou dados no período da pandemia sendo averiguado que em 2020, com dados ainda preliminares, o país estima ter registrado 174 mil internações por doenças de veiculação hídrica (diarreicas, dengue, leptospirose, esquistossomose e malária), uma redução de 35% comparativamente com 2019. Os óbitos por doenças de veiculação estão estimados em 1,9 mil, uma redução também de 30 a 35% comparativamente com o ano anterior.
“Com a pandemia da Covid-19, os primeiros resultados disponíveis de 2020 permitem concluir que as doenças de veiculação hídrica não desapareçam e possivelmente só houve uma redução da demanda por serviços hospitalares associada ao medo da pandemia. Portanto, os dados de 2020 com relação às internações por doenças de veiculação hídrica não devem ser vistos como positivos, pois houve redução do número de leitos disponíveis, já que a maior parte deles foi direcionado para Covid-19”, diz outro trecho do documento.
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