O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (12), durante a posse da nova presidente da Caixa, Rita Serrano, que não consegue dar aumento de 3% para o salário-mínimo porque tudo consideram como "gasto".
"Tudo que a gente faz é gasto. Tudo. [...] Enquanto isso, a gente não pode dar aumento de salário-mínimo de 3%, porque é gasto. Não dá certo. Não é possível", disse Lula. "Nós vamos ter que construir uma outra narrativa nesse país. Tudo que a gente fizer para melhorar a vida do nosso povo tem que ser tratado como investimento", defendeu.
O salário-mínimo está atualmente em R$ 1.302, valor proposto pelo governo Bolsonaro no fim do ano passado, uma alta real (acima da inflação) de 1,41%. A promessa de integrantes do atual governo era de que o valor iria para R$ 1.320 neste ano, o que resultaria numa alta real de 2,81%, quase os 3% citados por Lula.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no entanto, não garante que o governo elevará o salário-mínimo para R$ 1.320.
Haddad afirmou nesta quinta que houve aumento significativo no número de beneficiários do INSS, cujos pagamentos são, em sua maioria, atrelados ao mínimo. Esse aumento de beneficiários, segundo ele, consumiu o dinheiro no orçamento reservado para aumentar o piso.
"Esses recursos do orçamento foram consumidos pelo andar da fila do INSS. Porque a partir do início do processo eleitoral, por razões que não tem nada a ver com dignidade, a fila começou a andar", declarou Haddad à tarde, antes da declaração de Lula.
Por causa da inclusão de novas famílias no INSS, Haddad afirmou que o governo está refazendo as contas e só depois decidirá se reajustará o salário-mínimo para R$ 1.320.
A ala econômica do governo defende que o piso seja mantido em R$ 1.302 ao longo de todo este ano. Já parte da ala política teme repercussão negativa e defende um reajuste a partir de 1º de maio.
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