“Não sou e não serei esta cadeira que irei ocupar temporariamente nesta legislatura. Tenho consciência do que sou, estarei presidente. Na vida pública, o essencial não são as pompas, mas o que deixamos como legado”, disse o presidente eleito da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) que discursou em pé. “Estou de pé, depois de eleito, ao lado desta cadeira do presidente ainda vazia, em homenagem a todos os presentes de todos os partidos”, exaltou.
Ele disse que a Câmara sempre foi à espinha dorsal da democracia. Lira disse que a Presidência deve ter neutralidade e deve ser equidistante, que tem que olhar e ouvir todos os lados e que não há um dono no Plenário.
“A arquitetura da Casa é clara. Aqui tudo tem que ser coletivo, a direção deve ser coletiva, o serviço no Plenário que é coletivo por natureza, não nos esqueçamos de um recado que os idealizadores deste espaço deixaram para nós e para todos que virão ocupar este espaço um dia. A Mesa Diretora está pouco acima do Plenário e da Tribuna, mas bem acima do Plenário e da Mesa estão às Galerias desta Casa, a representação simbólica do povo, a vontade popular, ela está acima de todos nós, a democracia. Todo Poder emana do povo”.
O novo presidente da Câmara dos Deputados afirmou que é preciso atravessar a pandemia com uma atuação harmônica dos poderes sem abrir mão da independência. “Precisamos urgentemente amparar os brasileiros que estão em caso de desespero econômico, analisar como fortalecer nossa rede de proteção social, vacinar, vacinar e vacinar a população e buscar o equilíbrio das contas públicas. Temos que dialogar com a sociedade de forma transparente para que haja uma compreensão do que é possível ou não é possível fazer”, destacou..
Lira disse que a política tem uma dívida com o povo brasileiro, e que juntos, todas as tendências, acima das diferenças, tem a grande chance de estabelecerem uma pauta que chamou de “emergencial”, neste momento de angústia e aflição.
O novo presidente da Câmara disse que vai buscar o diálogo com todos os parlamentares e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para definir uma pauta emergencial a ser analisada com prioridade pelas duas Casas.
Ele disse que durante a campanha afirmou que era preciso deixar a “Câmara do eu e ser a Câmara de nós” e prometeu dar mais poder aos deputados. “A Câmara do eu é uma alegoria que usei para descrever o excesso de concentração de poder nas mãos de um presidente”.
Arthur Lira finalizou o discurso exaltando sua origem de nordestino e disse que espera deixar à Presidência da Câmara sendo o mesmo homem e retornar a um dos 513 deputados. “Chego aqui como um nordestino que nunca esqueceu as suas origens e tem compromisso em deixar um Brasil melhor como encontrou mais desenvolvido e mais humanizado”.
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