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Brasil Quarta-feira, 04 de Dezembro de 2019, 18:45 - A | A

Quarta-feira, 04 de Dezembro de 2019, 18h:45 - A | A

CPMI da Fake News

Joice acusa filho de Bolsonaro de liderar milícia digital e critica criação de novos partidos

Sarah Mendes/VG Notícias

A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) afirmou que Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) está “amplamente envolvido” em ataques virtuais; bem como é um dos líderes da milícia digital. A declaração da deputada ocorreu nesta quarta-feira (04.12) ao ser ouvida pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fakes News.

Em sua apresentação, Joice exibiu dados das contas de Twitter de Eduardo Bolsonaro e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), obtidos por meio de um aplicativo chamado Botometer, desenvolvido pela Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Ainda, segundo ela, por meio desta plataforma foi possível identificar cerca de 1,4 milhão de robôs no perfil do presidente e mais de 468 mil no de Eduardo.

“Nós temos quase dois milhões de robôs em apenas duas contas de Twitter. Eu quero crer que o presidente não sabe disso. Agora, pelo que vocês vão ver nas conversas do grupo do gabinete do ódio, o deputado Eduardo Bolsonaro está amplamente envolvido e é um dos líderes desse grupo que nós chamamos de milícia digital”, acusa.

Segundo Joice, há chances desses números serem ainda maiores, considerando que, durante a análise, foram utilizados como parâmetros os perfis que possuem “mais de 50% de características de robô. Para não ter risco de erro. Para não cometer o erro da injustiça. Pode ser que aquele que tenha característica de 49%, de 48% também seja robô”.

De acordo com Hasselmann, cada “disparo” desses robôs custam em média R$ 20 mil. Em seguida, a deputada questionou a origem do dinheiro que financia esses perfis. “Se o ataque é em grupo e se isso é feito em perfis de todos os cantos, de onde vem esse dinheiro? Nós não estamos falando de trocados, estamos falando de milhões”.

A deputada não poupou sequer o novo partido de Bolsonaro, Aliança pelo Brasil, que ainda está em processo de criação. Segundo Joice, o perfil recém-criado do partido no Twitter possui cerca de 26 mil robôs, dentre um total de 164 mil seguidores. “É um número muito grande e os robôs conseguem fazer um barulho, por óbvio, muito maior que gente, porque nós temos mais o que fazer, nós trabalhamos e temos uma limitação humana e de tempo”.

Na última terça (03), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou a assinatura eletrônica para criação de partido político. O presidente Jair Bolsonaro comemorou a decisão do TSE, visto que, por esse meio o processo de criação de seu partido pode ser acelerado.

No entanto, segundo Joice, as empresas responsáveis por certificações digitais não passam por fiscalizações rigorosas e, por esse motivo, podem haver fraudes durante a coleta de assinaturas devido aos robôs que já dominam as redes sociais.

“As certificadoras digitais [...] são muitas vezes pequenas empresas privadas, quase sem nenhuma fiscalização, ou sem nenhuma. Tem lá uma salinha, certificadora digital. Se nós temos esse volume de robôs atuando nas redes sociais [...], o que não haverá com as certificadoras?”, questionou.

Por esse motivo, Hasselmann acredita que é necessário haver cuidado na regulamentação dessas assinaturas. A deputada declarou ainda, ser contrária a criação de novos partidos.

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