O Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá apresentar uma portaria para suspender a implementação do novo ensino médio das unidades escolares brasileiras, após diversas críticas de educadores e estudantes sobre o novo modelo de ensino. A portaria deve ser publicada nos próximos dias, com a interrupção do prazo de implementação da política.
Conforme informações da Folha de S. Paulo, a portaria também deve suspender as mudanças no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) que estavam previstas para 2024, onde seria incluído novas regras ao exame. O Enem é a principal porta de entrada para o ensino superior público no país.
Inicialmente, a suspensão deve acontecer enquanto permanecer o prazo da consulta pública sobre o tema. A consulta iniciou-se em março, com 90 dias de duração, com possibilidade de prorrogação, e mais 30 dias para o MEC (Ministério da Educação) elaborar um relatório.
O novo formato foi implementado e se tornou obrigatório em 2022, porém, registraram-se diversos problemas e críticas. Conforme os estudantes, a principal reclamação é de terem perdido tempo de aula das disciplinas tradicionais. Há casos de disciplinas desconectadas ao currículo e deficiências de oferta dos itinerários a todas as escolas.
No dia 15 de março, os estudantes de todo o país fizeram um protesto pressionando pela revogação. A revogação total não agrada secretários estaduais de Educação, visto que argumentam ter realizado trabalhos importantes para estruturar o novo modelo. Mais de 80% das matrículas do ensino médio estão nas redes estaduais.
Os estudantes também reclamam que falta professores, espaço físico, laboratórios e existem diversas turmas lotadas. Muitas escolas não conseguem atender a opção feita por todos os alunos e acabam por colocá-los para cursar os itinerários disponíveis. Sem ter a escolha respeitada, os estudantes têm 40% das aulas do ensino médio em áreas que não são as de seu interesse, conforme informações da Folha de S. Paulo.
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