No Twitter, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, lamentou que o ex-chefe da Procuradoria Geral da República tenha sido capaz de cogitações homicidas por divergências na interpretação da Constituição. Mendes disse que é difícil imaginar os abusos cometidos ao acusar e processar investigados, e prometeu seguir firme na defesa das liberdades individuais e do Estado de Direito. O caso de Janot foi revelado nessa quinta-feira (26.09) pelos jornais nacionais.
“Lamento que o ex-chefe da PGR tenha sido capaz de cogitações homicidas por divergências na interpretação da Constituição. É difícil não imaginar os abusos cometidos ao acusar e processar investigados. Seguirei firme na defesa das liberdades individuais e do Estado de Direito”, postou no twitter.
A reação de ministro é em resposta a revelação do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que surpreendeu ao contar que teve a intenção de matar Gilmar Mendes e depois se suicidar. “Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele [Gilmar] e depois me suicidar”, afirmou Janot.
Segundo Janot, que esteve à frente da PGR de 2013 a 2017, logo após ele apresentar uma exceção de suspeição contra Gilmar, o ministro difundiu “uma história mentirosa” sobre sua filha. Foi à gota d’água: “Isso me tirou do sério”, disse.
A rusga entre Mendes e Janot é antiga. O ministro Gilmar, em 2015, quando integrava o TSE, repudiou despacho de Janot pelo arquivamento da investigação das campanhas de Dilma – e reiterou ofício para que o então procurador-geral investiguasse indícios de irregularidades.
As críticas foram subindo de tom, e a expressão “o bêbado do Janot” não raro era proferida pelo ministro. Em 2017, em resposta ao ofício do então PGR que pedia sua suspeição no caso Eike, Gilmar lembrou o provérbio português: "Ninguém se livra de pedrada de doido nem de coice de burro." Foi neste despacho que a filha de Janot foi mencionada. O tom foi o mesmo ao responder quanto à alegação de suspeição no caso de Jacob Barata.
Toda a história está narrada em detalhes no livro "Nada menos que tudo", no qual Janot relata sua atuação no comando da operação Lava Jato. Diz que narrou a cena, mas “sem dar nome aos bois”.
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