RepórterMT/Reprodução
Foi recomendado ainda ampliação do número de leitos para atendimento de pacientes contaminados ou com suspeita do vírus
A crise sanitária instalada no país, em decorrência do coronavírus, gera preocupação de agentes públicos e privados, agravada ainda mais pela iminência de uma “terceira onda”, o que segundo pesquisadores do Observatório Covid-19 da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), demonstra a necessidade de Estados e municípios retomarem medidas restritivas até que a maior parte da população esteja vacinada.
Em Boletim divulgado nessa semana, os pesquisadores do Observatório Covid-19 apontaram que foram registrados, entre os dias 30 de maio a até o último dia 05 de junho, cerca de 62 mil casos e 1,6 mil óbitos diários por Covid-19.
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Diante deste cenário, eles recomendam para Estados e municípios que seja decretado o fim da pandemia, com apoio do Governo Federal, adoção de medidas nas próximas semanas, com exceção do “lockdown”, que é uma medida mais forte e que deve ser adotada para os Estados e municípios com taxas de ocupação de leitos UTI Covid-19 de 85% ou mais, todas as outras medidas devem ser conjuntamente adotadas.
Entre as medidas sugeridas pelos pesquisadores da Fiocruz consta a restrição mais rigorosa da circulação e das atividades não essenciais, de acordo com a situação epidemiológica e capacidade de atendimento do Sistema de Saúde de cada região. Segundo eles, essas medidas devem ser avaliadas semanalmente a partir de critérios técnicos, como: taxas de ocupação de leitos (85% ou mais, como recomendado pelo Conass); e tendência de elevação no número de casos e óbitos.
“Medidas de supressão ou bloqueio demandam certo tempo para que produzam efeitos na redução da transmissão e casos e, por conseguinte, na redução das taxas de ocupação de leitos hospitalares para Covid-19 e óbitos. Para redução das taxas de transmissão em cerca de 40%, resultados de pesquisas apontam a necessidade de pelo menos 14 dias de adoção das medidas, com o monitoramento diário para acompanhar os impactos na redução de casos e taxas de ocupação de leitos hospitalares e óbitos, podendo ser ampliado o tempo de acordo com os cenários”, diz trecho do documento.
Os pesquisadores sugere adoção de campanhas que ampliem e fortaleçam as medidas de distanciamento físico e social, higienização nos diferentes locais de circulação e trabalho, além da ampliação da disponibilidade e o uso de máscaras, tendo como meta que pelo menos 80% ou mais da população utilize-as de modo adequado.
Além disso, ainda apontam a necessidade de ampliação do número de leitos para atendimento de pacientes contaminados ou com suspeita do vírus, em espaços físicos e com instalações adequadas deve ser acompanhada da contratação e capacitação de equipes multiprofissionais.
“Adoção de protocolos atualizados para manejo clínico dos pacientes e garantia de equipamentos e insumos em número suficiente. Equipes da gestão da qualidade e dos núcleos de segurança do paciente devem apoiar o trabalho dos profissionais e orientá-los quanto às medidas de proteção no trabalho e às boas práticas para a segurança do paciente, de modo a reduzir também a mortalidade hospitalar de internações por Covid-19”, diz outro trecho da recomendação.
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