O NDB (Novo Banco de Desenvolvimento), o banco do grupo de nações emergentes Brics, confirmou nesta sexta-feira (24) a nomeação da ex-presidente Dilma Rousseff para a presidência da instituição.
Ao assumir a presidência do NDB, Dilma deverá receber um salário superior a US$ 50 mil mensais (equivalente a R$ 257 mil), de acordo com pessoas com conhecimento das negociações. O NDB é presidido de forma rotativa pelos países dos Brics, e o mandato do Brasil vai até 2025.
Além dos países fundadores do banco os integrantes dos Brics, o NDB também tem como sócios os governos de Bangladesh e Emirados Árabes Unidos, que se incorporaram recentemente ao órgão.
A designação de Dilma para o comando da instituição que financia projetos de infraestrutura nos países dos Brics envolveu uma operação para retirar da entidade Marcos Troyjo.
Indicado em 2020 pelo ex-ministro Paulo Guedes (Economia), Troyjo deveria permanecer no posto até o fim do mandato brasileiro. Mas sua proximidade com o governo Jair Bolsonaro (PL) e a disposição de Lula de emplacar sua aliada no cargo tornaram a permanência de Troyjo insustentável.
Aliados de Dilma dizem que ela deve morar e trabalhar em Xangai, sede do banco. A ex-presidente resistiu às primeiras sondagens para assumir o banco do Brics porque ficaria longe de sua família no Brasil, mas mudou de ideia.
As tratativas do governo brasileiro para a indicação de Dilma para o banco começaram já no início do atual governo. Na ocasião, o ministro Fernando Haddad comunicou a Troyjo que ele deveria deixar o cargo.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, Dilma fez reuniões virtuais com ministros de Finanças dos países dos Brics. Ela deve acompanhar Lula na viagem oficial à China, neste domingo (26).
Dilma já afirmou que quer na instituição representantes do Brasil alinhados com sua visão sobre a economia e discutiu com Lula o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que é também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, para o conselho de governadores, conforme mostrou a coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
A ideia seria convidá-lo para representar o Brasil no conselho como uma espécie de suplente do ministro Fernando Haddad (PT) que, como titular da Fazenda, integra o colegiado.
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