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Brasil Quarta-feira, 04 de Maio de 2022, 08:47 - A | A

Quarta-feira, 04 de Maio de 2022, 08h:47 - A | A

Acordo não cumprido

Delegados da PF se revoltam com Governo Bolsonaro e anunciam paralisação: "é vergonhoso”

Delegados reivindicam a reestruturação e valorização da carreira prometida por Bolsonaro

Lucione Nazareth/VGN

Os delegados da Polícia Federal decidiram nessa terça-feira (03.05), em Assembleia Geral, paralisar as atividades para cobrar do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) a reestruturação das carreiras policiais da União. A informação consta em nota da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF).  

Conforme o documento, as paralisações serão definidas em conjunto com as demais categorias da Polícia Federal. Ações de mobilização e conscientização da população, também serão feitas durante as atividades administrativas, como controle imigratório, de armas, de produtos químicos e segurança privada.  

A categoria aprovou na Assembleia o pedido de renúncia do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Gustavo Torres, “pelo desprestígio e desrespeitoso tratamento dado pelo presidente da República à Polícia Federal e ao próprio ministro”. Anderson Torres é delegado da PF.  

Os delegados decidiram ainda, que poderão entregar cargos de chefia e recusar convites para assumir novos postos no Governo de Bolsonaro.  

“A ADPF reforça a gravidade do momento e do posicionamento do presidente da República, que, depois de se comprometer publicamente e já com orçamento reservado para a reestruturação das carreiras, decidiu não honrar com a própria palavra, gerando um clima de revolta e insatisfação generalizada nunca antes visto entre os servidores da PF”, disse Associação Nacional dos Delegados em nota.  

A ADPF ainda acrescenta: “É vergonhoso, sobretudo em um Governo que se dizia pautar pela segurança pública o atual estágio a que estão submetidos os policiais, com significativas perdas como: desamparo a família do policial morto em serviço; redução real do salário, ante o aumento da alíquota da contribuição previdenciária; trabalho em regime de sobreaviso não remunerado ou compensado; diárias cujos valores não pagam todos os gastos do policial com hospedagem, alimentação e transporte durante a missão, tendo o servidor que custear o restante com o próprio salário; ausência de profissionais capacitados para dar apoio psicológico aos servidores (há 12 psicólogos em toda a polícia federal para atender 12 mil policiais), quando a Polícia Federal possui um dos maiores índices de licença por transtornos psicológicos, incluindo suicídios, em toda a esfera federal”, diz outro trecho da nota.

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