As meninas já bebem mais que os meninos. A informação consta no estudo inédito divulgado pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) sobre Álcool e Saúde dos Brasileiros – Panorama 2022.
Conforme o estudo, uma grande parcela de adolescentes entre 13 a 17 anos experimentou álcool pela primeira vez, sendo que entre as meninas afeta uma fração ainda maior delas, praticamente 67%, enquanto entre os meninos a taxa foi pouco menos do que 60%.
No Brasil, um estudo que analisou dados de 75 mil adolescentes entre 12 e 17 anos constatou que 21% consumiram álcool, apesar de a idade legal para o consumo ser acima de 18 anos no país.
O estudo de Rakovski e colaboradores demonstrou prevalência de 34,3% de ingestão de bebidas alcoólicas ao longo da vida e de 22,2% nos últimos 12 meses entre jovens de 12 a 17 anos no Brasil. A prevalência de consumo de álcool por menores de 18 anos foi maior entre aqueles que residiam em áreas rurais, os que relataram depressão e os que já haviam usado drogas.
Já o levantamento divulgado pelo CISA, aponta que a experimentação de bebidas alcoólicas foi avaliada perguntando ao estudante se alguma vez na vida já havia tomado uma dose de bebida alcoólica. A experimentação de bebidas alcoólicas foi de 63,3% para os escolares de 13 a 17 anos; 55,9% para 13 a 15 anos; e 76,8% para 16 e 17 anos. O indicador apresentou pequeno aumento para os escolares de 16 e 17 anos, que foi de 73,0% em 2015 (IBGE, 2016).
"A experimentação de álcool em 2019 foi maior entre as meninas de 13 a 17 anos, que apresentaram um percentual de 66,9%, enquanto para os meninos esse percentual foi de 59,6%. Em 2015, a experimentação foi de 62,9% para as meninas e 60,0% para os meninos, na mesma faixa etária", diz documento.
Os especialistas afirmam que a dependência administrativa das escolas pode refletir diferenças socioeconômicas importantes na determinação de exposição a fatores de risco e proteção à saúde. As variações de experimentação de bebidas alcoólicas foram significativas apenas para os estudantes de 16 e 17 anos, com o predomínio de experimentação entre escolares da rede privada (79,5%) em comparação à rede pública (76,4%), semelhante ao observado em 2015.
A pesquisa também mostrou que, em 2019, 34,6% dos escolares de 13 a 17 anos experimentaram álcool com menos de 14 anos, sendo 36,8% entre as meninas e 32,3% entre os meninos. Em 2015, a prevalência havia sido de 29,2% para as meninas e 32,1% para os meninos.
“Esses dados revelam uma modificação do comportamento das meninas, que apresentam uma ampliação da exposição ao álcool em idades mais jovens, em relação aos meninos. Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os escolares da rede pública e da rede privada”, sic estudo.
O documento cita que os primeiros contatos dos adolescentes iniciam na maioria no período escolar: ensino médio ou faculdade, através de reuniões entre colegas e amigos. “A iniciação é feita a partir do consumo de bebidas alcoólicas com sabores, adocicadas ou com misturadas com outros tipos de bebidas não alcoólicas – como refrigerantes, energético, suco de frutas e outros”, diz trecho do estudo.
No levantamento, os especialistas apontaram ainda que a maioria dos adolescentes têm o primeiro contato com o álcool sem qualquer consentimento dos pais. Porém, segundo eles, existem casos em que os pais consentem em permitir que os filhos consumam bebidas alcoólicas e outros influenciam.
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