A Câmara de São Paulo cassou, na tarde desta terça-feira (19.09), o mandato do vereador Camilo Cristófaro (Avante) por quebra de decoro parlamentar. Dos 55 vereadores, 47 foram favoráveis a perda do cargo, nenhum contrário e cinco abstenções.
O parlamentar respondia um processo por ato racista, desde 19 de maio do ano passado, quando teve um áudio vazado usando uma frase tida como racista. Durante a reunião da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Aplicativos de 3 de maio do ano passado, Cristófaro – que era o relator da Comissão – participava dos trabalhos de forma remota. No decorrer das atividades, ele deixou o seguinte áudio vazar: “Eles arrumaram e não lavaram a calçada. É coisa de preto, né?”.
Conforme nota do Plenário, este é o primeiro caso na história da Câmara de São Paulo que um vereador perde o mandato por um ato de racismo. No entanto, Camilo é o terceiro vereador cassado na Casa.
Antes da votação dos vereadores, o advogado de Camilo Cristófaro, Ronaldo de Andrade, fez sua defesa no plenário, alegando que a declaração em questão foi "mal colocada" e não deveria ser considerada como racismo.
Durante a intervenção do advogado, ocorreu um incidente com o vereador Adilson Amadeu (União Brasil), que o chamou de "brincalhão" ao fazer referência a um processo em que Amadeu enfrentou acusações de ofender um colega durante uma sessão legislativa, na qual ele se referiu ao parlamentar como "judeu filho da p.".
Após a defesa do advogado, Camilo também se pronunciou durante a votação, afirmando que a decisão já estava definida. Ele destacou suas contribuições para a cidade, mencionando que suas obras foram beneficiadas por pessoas negras, e argumentou que nunca havia sido rotulado como racista.
Camilo Cristófaro, 62 anos, estava no segundo mandato na Casa. Ele foi eleito pela primeira vez nas eleições de 2016, e reeleito em 2020.
Assume a cadeira do vereador cassado, o advogado criminalista Adriano Santos, que foi Policial Militar, na Zona Leste de São Paulo e faz parte da atual gestão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SP).
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