Após a ida do presidente Jair Bolsonaro para o Aliança pelo Brasil, o PSL abriu as portas para o governador do Rio, Wilson Witzel. Hoje desafeto de Bolsonaro, o ex-juiz recebeu na última terça-feira, no Palácio Guanabara, uma visita de representantes da Executiva Nacional da antiga legenda de Bolsonaro. Presidente e os filhos anunciaram recentemente o desembarque e lançaram anteontem a sigla que pretendem criar a tempo das eleições municipais do ano que vem.
Mirando outra corrida eleitoral — pela presidência da República, em 2022 — encontraram-se com Witzel o vice-presidente nacional do PSL, Antônio Rueda, e os deputados federais Junior Bozzella (SP) e Sargento Gurgel (RJ). Segundo um interlocutor, durante a reunião, Rueda chegou a brincar com a pretensão de Witzel de conquistar o Palácio do Planalto: “De eleger presidente, o PSL entende”.
A mudança de sigla poderia entregar ao atual filiado do PSC um volume maior de recursos do fundo partidário e mais tempo de propaganda eleitoral na televisão. O PSL mantém hoje a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados, com 53 deputados, enquanto o PSC tem a décima quarta na Casa, com nove parlamentares.
Ao Globo, Bozzella confirmou que o PSL cogita Witzel como uma possibilidade para a disputa presidencial de 2022. Segundo o parlamentar, o nome do governador é considerado junto com os de outros políticos de direita — ele chegou a citar como exemplo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
— É difícil o PSL ficar de fora das eleições de 2022, no sentido de ter um protagonismo e candidatura própria. O Witzel é uma opção, é um dos nomes, assim, como podem ter outros nomes no campo da direita que queiram se aproximar do PSL, como o próprio Doria — disse o parlamentar.
A nova direita - Rueda e Sargento Gurgel descreveram a conversa com Witzel em tom mais contido. O vice-presidente do PSL disse que houve apenas “uma visita institucional de cortesia” sem relação com eleições presidenciais. Gurgel, por sua vez, não negou que vê de maneira positiva a integração de novos integrantes ao partido.
— O PSL está de portas abertas para todas as figuras de direita, mas não se fala em campanha presidencial com tanta antecipação. O melhor dos mundos é agregar essa direita que está nascendo e tende a se consolidar na política. E trabalhar pelo sucesso do presidente Bolsonaro e dos governos Doria e Witzel. Algo diferente dessa linha só poderá ser traçado depois das eleições municipais do ano que vem — disse Gurgel.
A avaliação da cúpula do PSL é que a sigla se transformou no maior partido do campo da direita, capaz de abrigar candidatos com potencial para a Presidência. Há, para esses líderes partidários, a crença de que a aproximação com Witzel se justifica pelas semelhanças entre os posicionamentos dele e os do partido em relação às pautas de segurança pública e liberdade econômica.
Ainda sobre 2022, houve conversas do partido com parlamentares filiados como a deputada federal Joice Hasselmann, o senador Major Olímpio e a deputada estadual Janaina Paschoal, todos com atuação política em São Paulo. Não é descartado também um possível convite de filiação ao ministro da Justiça, Sergio Moro.
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