arcos Corrêa/PR
Por conta dos protestos gerados após a derrubada, a sessão precisou ser encerrada
A reforma dos militares foi concluída nesta terça-feira (29.10), pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados, após votação dos três últimos destaques.
A emenda que beneficiaria praças das Forças Armadas e militares foi derrubada. Representantes de soldados, cabos e sargentos das Forças Armadas apontavam um favorecimento dos oficiais em detrimento dos praças na parte da proposta do Executivo que trata de reestruturação das carreiras e prevê reajustes superiores a 40% na remuneração bruta de alguns militares.
Parlamentares divergiram sobre eventuais impactos no apoio ao presidente Jair Bolsonaro, que na trajetória política atuou em defesa dos interesses dos militares. Para alguns, houve “traição” e “covardia”. Outros, em especial àqueles oriundos das Forças Armadas, o texto reforça a ideia de meritocracia.
https://twitter.com/i/status/1189254450818539521
Mas isso não convenceu as esposas dos militares que reagiram chamando o presidente Jair Bolsonaro de traidor e prometeram nunca mais votar nele. Após manifestações, a presidente da União Nacional de Familiares das Forças Armadas e Auxiliares (Unifax), Kelma Costa, foi retirada do plenário.
“Bolsonaro você nunca mais, nem você, nem seus filhos vão ter os votos da família militar. Nós estamos nos sentindo traídas, mas 2022 vem aí e assim como eu trabalhei para o senhor entrar, eu sou a primeira a trabalhar contra”, diz uma das mulheres que aparecem no vídeo publicado no twitter.
A insatisfação foi gerada devido à derrubada do destaque, de autoria do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) que previa substituir o adicional de habilitação militar, por curso de formação e aprimoramento, em reajuste linear para todos os integrantes das Forças Armadas.
Na tentativa de evitar que o projeto siga direto ao Senado Federal, a oposição pretende entrar com um recurso para que haja a votação desse projeto no Plenário da Câmara.
Por conta dos protestos gerados após a derrubada, a sessão precisou ser encerrada.
Ainda na tarde desta terça a hashtag #BolsonaroTraidor foi o assunto mais comentado do twitter.
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