por edina Araújo*
Várzea Grande precisa de crescimento e desenvolvimento econômico: precisa produzir mais riqueza e distribuir mais riqueza. Mas como a Administração Pública municipal pode fazer com que isso aconteça? A resposta: da mesma forma que a iniciativa privada faz – com planejamento. Várzea Grande já foi intitulada de cidade industrial.
Ainda hoje é voz corrente entre autoridades municipais a urgência de se fazer da cidade novamente um polo de indústrias. O futuro do município, na visão desses, estaria na industrialização.
O planejamento da cidade, então, deveria voltar- -se para a industrialização. Mas essa visão não tem fundamento que a sustente; para certificar-se disso basta conhecer os dados da economia do município. Há anos Várzea Grande é a cidade dos atacadistas – de diversos ramos, mas o comércio atacadista de gêneros alimentícios é o segmento de maior movimentação na economia do município.
Em agosto deste ano encerrou-se o cálculo do valor adicionado do ano de 2014. O índice apurado será aplicado na arrecadação de ICMS de 2016, gerando os repasses para os municípios. No município circularam mais de R$ 3,7 milhões divididos, principalmente, entre comércio e indústria, segundo dados da Receita Municipal.
Ao comparar os valores de circulação de mercadorias e serviços promovidos pelos 15 principais segmentos da economia de Várzea Grande, constata-se que 29 empresas do comércio atacadista de gêneros alimentícios foram responsáveis pela maior parcela de movimentação da economia, com mais de R$ 380 mil, ou 10,18% de todo o valor adicionado. O comparativo também aponta que as maiores empresas de cada um dos 15 segmentos responderam juntas, por mais de R$ 1,6 milhão do valor adicionado, o que equivale a 43,75% de toda a movimentação de mercadoria e prestação de serviços no município em 2014. A movimentação dessas 15 maiores empresas trará para Várzea Grande o repasse de aproximadamente R$ 30 milhões de reais em ICMS, em 2016.
O planejamento do futuro de Várzea Grande deve passar pelo fomento ao comércio atacadista e à prestação de serviço. A vinda de uma grande indústria traz consigo o dever de obediência a uma série de exigências ambientais que não raramente inviabiliza a instalação do empreendimento, o que normalmente não ocorre com o comércio e a prestação de serviço.
A sugestão que deixamos a prefeita Lucimar Campos é que ela se reúna com as empresas dos principais segmentos da economia local, responsáveis pela maior parte dos repasses de ICMS para a cidade. São contribuintes importantes, são empresários de sucesso, grandes administradores no comando de grandes empresas, e que precisam ser ouvidos pelo poder público quanto ao planejamento do futuro da cidade.
*Edina Araújo é jornalista e diretora do VG Notícias
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