por Michel Medeiros*
Poderoso, mas enfraquecido, o partido que perdeu o espaço e a pujança de outrora, volta aos dias de glória. A queda do ministro Luís Henrique Mandetta (DEM), que talvez nem possa ser assim classificada, dá-se em meio à polarização política e dicotômica, na qual saúde e economia parecem guerrear. Contudo, é a peça no tabuleiro para o ressurgimento do protagonismo do Centrão, sufocado entre a euforia da direita bolsonarista e a esquerda progressista.
Médico, político e gestor, com seu discurso eloquente, coerência na condução da crise causada pela pandemia do Covid-19, inteligência emocional e uma pitada de sorte, Mandetta tornou-se o novo paladino do bem e do povo, posto até bem pouco ocupado por Sérgio Moro, o mal necessário de Bolsonaro.
Correligionário de cacifes poderosos, como Rodrigo Maia, Ronaldo Caiado e ACM Neto, Mandetta nadou a favor da maré, desestabilizou a figura do mito e preencheu uma lacuna representada por 42 milhões de brasileiros que votaram branco, nulo ou se abstiveram no segundo turno das eleições de 2018. Mais de 30% da população votante.
Brasileiros que não concordavam com o retorno do PT ao Poder, mas que não foram convencidos pelo Mito. Talvez por sua falta de discurso, propostas e de um plano de trabalho, o mínimo que se pode esperar de um candidato ao mais elevado posto da República.
Luís Henrique Mandetta foi a peça que faltava ao discurso crítico de Maia, aos aliados sem espaço e ao bom e velho Centrão, completamente subjugado pela direita militante.
Em ano eleitoral, caso ainda seja possível falar em eleições, o DEM posiciona-se no centro dos holofotes, e voa exuberante, como a Fênix que ressurge em meio às cinzas.
*Michel Medeiros - Jornalista, especialista em Jornalismo Político e Sócio da L4 Comunicação Estratégica
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