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Artigos Quinta-feira, 10 de Agosto de 2017, 15:04 - A | A

Quinta-feira, 10 de Agosto de 2017, 15h:04 - A | A

opinião

Produção e infraestrutura

por Alfredo da Mota Menezes *

Segunda-feira passada foi de eventos e debates em Cuiabá sobre produção econômica, comércio e logística de transporte.

Um dos encontros foi na Assembleia Legislativa, com base numa frente de infraestrutura do Senado, com o Wellington Fagundes na coordenação.

O outro, no Paiaguás com a presença de Pedro Taques e do embaixador da Argentina no Brasil, sobre comércio com o país sul americano.

Começo pelo da Assembleia Legislativa com três informações. Uma, a troca de oito pontes de madeiras por outras de concreto na BR-242. Dois, a informação de que possivelmente em março do ano que vem sairia o edital para a Ferrogrão ou a ferrovia entre Sinop e Miritituba.

Três, saber que os portos fluviais no Pará, todos construídos pela inciativa privada, já podem receber 16 milhões de toneladas de grãos.

Foi mostrado um diagnóstico minucioso da realidade da produção de grãos no estado e os problemas na logística de transportes.

A produção é crescente, pode-se chegar a 85 milhões de toneladas de soja e milho em 2025. Isso pode ser duplicado se for acrescentados mais de 15 milhões de hectares de terras degradadas e pastagens nos próximos anos.

Se hoje tem problemas para escoar a safra atual, imagine uma produção de, digamos, 150 milhões de toneladas nos anos à frente. É preciso mais ferrovias e hidrovias.

Fui buscar números para mostrar como é o transporte de cargas no Brasil e em outros países. Nos EUA leva-se 25% por hidrovias, 50% por ferrovias e 25% por rodovias. Na Rússia leva-se 13% por hidrovias, 83% por ferrovias e 4% por rodovias.

No Brasil são 14% por hidrovias, 21% por ferrovias e 65% por rodovias. Mato Grosso não fica longe dessa matemática.

É difícil o governo federal resolver nosso problema de infraestrutura. O Brasil teve momento de gastar até 5.4% do PIB em transporte. Hoje investe apenas 1.9% do PIB. Longe do que fazem a Índia e a China.

No caso brasileiro, a saída é a iniciativa privada, capital nacional ou de fora. Esperar por Brasília não parece o caminho correto.

No outro encontro, a tônica foi em como aumentar o comércio entre MT e a Argentina. Ou, como disse o embaixador, que os argentinos estão descobrindo essa nova realidade do estado.

Querem mais comércio. Foi criada a Câmara de Comércio entre os dois interesses e agora se tem interlocutores nos dois lados da equação. Também deve haver rodas de negócios e exposição de bens lá e também aqui.

Falou-se também na hidrovia Paraguai-Paraná. Esta é a base de tudo, sem que ela funcione como deve funcionar, não dá para acreditar que haverá aumento substancial de comércio entre as partes.

A solução está no porto em Morrinhos. Os argentinos ofereceram suas experiências nessa hidrovia para ajudar nos arranjos fluviais e portuários daqui.

Mas eaê, como dizia o cuiabano mais antigo, o porto sai, não sai, como é que fica esse importante item da pauta estadual?

* Alfredo da Mota Menezes é historiador e articulista político em Mato Grosso.

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