por Elizeu Silva*
Em época de campanha curta (menos de 60 dias), a tentativa de desconstruir moralmente um possível adversário político nos meios de comunicação é a bola da vez. Nas redes sociais a proliferação de notícias falsas, as famosas fakes news está no topo dessa maluquice. Também não era pra menos resultar nisso. Com o advento da web, a possibilidade de qualquer pessoa ser produtora de conteúdo, principalmente no campo da política, escancarou as portas a uma realidade problemática, que além de servir como canal de proliferação de notícias falsas, também oportuniza criação de notícias tiradas de outros contextos, onde é chupada e “reeditada” para os moldes dos dias atuais. É sabido por todos que até a mídia tradicional: televisão, rádio, e jornal impresso, que num passado não muito distante, tinham a tarefa de checar a veracidade e passar a limpo os contextos da notícia, muitos entraram pelo mesmo caminho.
Ao invés de mostrar propostas de gestão dos candidatos, marqueteiros políticos, inalando cheiro de sangue, esquadrinham as peças teatrais e atiçam o seu cliente a provocar ira dos adversários, e descontrole conceitual do eleitor. Claro, nem todas as acusações são verídicas. Muitas são puramente caluniosas. O resumo disso é tirar proveito político da opinião pública, usando uma das armas mais poderosa da persuasão: a tática da “influencia instantânea”. Com tanta parafernália na cabeça, o eleitor é praticamente induzido a abrir mão de uma análise cuidadosa de todos os prós e os contras envolvidos numa tomada de decisão, e recorrer a atalhos com bases na generalização. Por isso assistimos todos os dias ataques e mais ataques políticos/pessoais uns aos outros. Mesmo partindo daqueles que até ontem eram carregados nos braços e recebiam afagos calorosos. Amanhece o dia e pronto! Vilão, mentiroso, canalha da pior espécie. Do beijo amigo de ontem ao olhar diferente do hoje; à briga já esta em eminencia. A sequência já se sabe: denúncia de novos amores e opções sexuais, traições, corrupções, e assim por diante. Isso tudo é jogado perante a opinião pública como vício, desaprovação, falha ou defeito frente aos valores da sociedade vigente.
Sabemos que isso não é novidade, já que o marketing tem essa capacidade de usar desse aparato mental para induzir as pessoas a priorizarem por conhecimentos mais curtos, diante da diversidade e aceleração das informações. Contudo, enganam-se aqueles que retendo apenas termos-chave se consegue uma vida plena e civilizada. Muitos até acreditam manter atualizados. Esse tipo de maldade é defendido por muito como um tipo de marketing moderno, e tem a finalidade de reter a capacidade do eleitor, em processar as acusações sobre a pessoa numa visão ampla e construída ao longo do tempo. Porém, cabe ao eleitor saber que nem todas as informações se transformam diretamente em conhecimento. Ela (informação) precisa ser primeiramente acessada, processada, compreendida e absorvida. Mas, como as tecnologias conseguem evoluir bem mais rápido do que nós, nossa capacidade natural de processar informações será cada vez mais inadequadas para enfrentar a abundancia de mudanças. Então! O povo que se dane. O que interessa a eles (políticos) é a conquista do voto na urna em outubro. E, esses desentendimentos teatrais momentâneos se configurarão num salseiro dos infernos, principalmente após as convenções. Só acalmam após 7 de outubro.
Mas, cuidado! A tática de baixaria pode resultar em dois viés. Pode dar certo e ajudar a vencer um pleito, ou o tiro pode sair pela culatra, pois que ninguém duvide que o brasileiro anda com os nervos a flor da pele devido a tanta decepção com tudo que se tem vivenciando no país. Popularmente: está de ‘saco cheio’ diante de tamanha podridão chamada corrupção que permeia a classe política brasileira. Sendo assim, vamos nos policiar e cuidar para que o nosso nervosismo não se transforme em cólera insuportável, causando uma hipertensão e consequentemente; um ataque cardíaco. O vale-tudo dos bastidores da política pertencente a eles, baixinhos como tamboretes de zona. Além do mais, depois da política é só: Beijinho, beijinho, e tchau, tchau!
*Elizeu Silva é jornalista em Mato Grosso – [email protected]
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