por Alberto Scaloppe*
Em tempos de muita informação e rastreabilidade de produção, considerando ainda a política dos governos de Mato Grosso e Federal de combate ao desmatamento, a busca por conformidade ambiental está diretamente ligada a mais rentabilidade e produtividade para o produtor rural. Os mercados importadores estão cada vez mais exigentes. Isso demanda mais investimentos. Os caminhos para melhor qualidade e maior produtividade e rentabilidade esta, notadamente, na importância que o produtor dá à regularização ambiental, transparência e rastreabilidade.
No caso da pecuária, pauta da programação do evento DATAGRO 23, uma consultoria independente sobre mercado agrícola, que ocorreu na última semana, um dos questionamentos foi sobre os aspectos importantes para o pecuarista potencializar seu trabalho. Além das diversas ferramentas apresentadas, o destaque ficou para o parâmetro da origem do produto. De onde vem a produção animal, no contexto da qualidade, da conformidade ambiental e das inovações sustentáveis que este produtor pode agregar no seu produto.
Quando o assunto é bovinocultura de corte, Mato Grosso se destaca com seu rebanho de 34,3 milhões de animais. De acordo com o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), o nosso estado detém 14,8% do rebanho bovino nacional. Vale destacar que 2022 foi o sexto ano consecutivo, que o Mato Grosso bate novo recorde e se mantém na liderança entre os estados com o maior número de cabeças de gado.
No último dia 22 de agosto, o ministro Carlos Favaro anunciou alinhamento do Banco do Brasil com Banco Mundial para mais recursos “verdes”. Este montante vai potencializar a produção sustentável de alimentos. De acordo com o Ministério de Agricultura e Pecuária (MAPA) serão mais de 40 milhões de hectares de pastagens com baixa produtividade e agricultáveis que ficarão disponíveis para serem utilizadas para a produção de alimentos sem precisar avançar em novos desmates.
Muito aprendemos acessando diariamente novas tecnologias e ferramentas que buscam profissionalizar, fomentar e potencializar a cadeia produtiva de proteína animal. Os pecuaristas tem seus produtos com volatilidade e variações de mercado que podem influenciar significativamente no seu lucro e nos seus custos. O impacto no preço dos Insumos pode afetar o mercado sim, mas se os governos estadual e federal continuarem investindo em políticas de conformidade ambiente o produtor continuará garantindo sua rentabilidade.
*Alberto Scaloppe é advogado especializado em direito ambiental e público. Com vasta experiência nas áreas: minerário, urbanístico e imobiliário, gestão de risco jurídico, contrato e arrendamentos, contencioso administrativo e judicial
Brasil unido pelo Rio Grande do Sul
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).