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Artigos Quinta-feira, 18 de Agosto de 2016, 09:29 - A | A

Quinta-feira, 18 de Agosto de 2016, 09h:29 - A | A

Opinião

Paciência, a política é necessária

por Rodrigo Araújo*

Há alguns meses escrevi um artigo falando sobre a necessidade de aposentarmos os políticos profissionais nas eleições que ocorrerão em outubro deste ano, começando pela Câmara de vereadores.

Arquivo Pessoal

Rodrigo Araújo

Rodrigo Araújo, advogado e conselheiro da OAB/MT

No referido artigo, citei inclusive o exemplo de Várzea Grande, onde temos vereador que está no poder há 20 anos e mais uma vez está disputando o pleito, com o mesmo discurso e propostas, as quais não foram cumpridas, evidentemente.

O que me deixou preocupado foi a reação das pessoas nas redes sociais, tão logo fora permitida a divulgação da política partidária.

Muitos novos políticos que estão buscando uma vaga na câmara foram barrados pelos usuários das redes sociais, pois, saturados das injustiças e da corrupção que assolam o país, repelem os políticos de uma forma geral.

Definitivamente não é a solução.

Rui Barbosa em um discurso no Senado, em 1914, fora brilhante em sua manifestação: "A injustiça, senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade [...] promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas."

Se a população desanimar e não participar efetivamente das eleições, avaliando as propostas e debatendo os rumos da nossa cidade, amargaremos mais 4 (quatro) anos de retrocesso e continuaremos expectadores de injustiças e desigualdades.

Não adianta reclamarmos do estado da saúde, educação e segurança pública após as eleições, se neste momento de extrema importância não pararmos 5 (cinco) minutos e ouvir, ler e até mesmo repassar as propostas daqueles que estão imbuídos de boa fé e podem fazer diferente daqueles que estão lá há anos.
Infelizmente os novos políticos não possuem o mesmo alcance dos políticos profissionais, que estão enraizados no poder, além de possuírem atalhos nos serviços públicos que são utilizados como favores que certamente rendem votos e prestígio político.

Diante disso, restam aos cidadãos, “sem cargos”, que pleiteiam a vaga no legislativo municipal, as redes sociais, mecanismo que permite o alcance considerável, capaz de levar as propostas aos longínquos cantos da cidade sem distinção de idade, classe ou nível escolar.

Portanto, é necessário que neste momento importante da história do nosso país, em que a população é capaz de reunir, por meio das redes sociais, milhões de cidadãos para protestar contra o descaso e as injustiças, que utilizemos a mesma ferramenta para escolhermos os nossos futuros representantes.

O momento de protestar é agora, nas urnas, não votando branco, nulo, ou se abstendo, mas oportunizando que novos cidadãos, com novos ideais e objetivos, alcancem uma vaga no legislativo e possam nos representar com respeito.

Tenha paciência, a política é necessária e sua decisão trará consequências, se tomada com cautela, certamente positivas.

Aos políticos profissionais, até mais, ou melhor, nunca mais.

 

*Rodrigo Araújo é advogado e conselheiro estadual da OAB/MT

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