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Artigos Sexta-feira, 11 de Maio de 2018, 08:14 - A | A

Sexta-feira, 11 de Maio de 2018, 08h:14 - A | A

Opinião

O papel do Fisioterapeuta na prevenção de incapacidades na hanseníase

                                                                                                                                                                       por Ingridh Farina da Silva*

Embora a hanseníase seja parte do rol de doenças pouco divulgadas, sua transmissão é ainda muito ativa. Doença curável e de tratamento acessível pelo sistema público de saúde brasileiro, a hanseníase pode causar problemas neurológicos e sistêmicos, visto que atinge nervos periféricos (mãos, pés e face) podendo causar perda de força e de sensibilidade nesses membros e ainda levar à cegueira.

Por isso o acompanhamento pelo fisioterapeuta se torna fundamental através do monitoramento de nervos e da pesquisa de sensibilidade (estesiometria) que são imprescindíveis para identificar precocemente as neurites (inflamações que atingem os nervos) que levam as incapacidades físicas nas pessoas atingidas pela hanseníase.

O profissional fisioterapeuta pode atuar não apenas na reabilitação no caso de um pós-operatório de cirurgia de nervos, mas na prevenção, na promoção, na proteção em todos os níveis de atenção à saúde, do âmbito individual ao coletivo. Efetivamente pode intervir nos processos de neuropatia periférica em hanseníase desde a avaliação neurológica minuciosa, tratamento das neurites, acompanhamento, exercícios e autocuidado. A identificação precoce do comprometimento neural na hanseníase é muito importante para evitar que ela se torne permanente, e comprometa toda a vida funcional do individuo, inclusive em crianças, o que é inaceitável.

É importante frisar que quando não há ainda sinais e sintomas visíveis da hanseníase nem mesmo manchas na pele, como na forma neural pura, o monitoramento de nervos deve ser constante, percebendo espessamentos e assimetrias, perda de sensibilidade e déficit motor, inclusive das pálpebras o que pode indicar comprometimento de nervo facial levando ao lagoftalmo, lesão de córnea e perda progressiva da visão.

As neurites além das incapacidades físicas visíveis podem trazer quadros muito dolorosos e as imobilizações e analgesia são importantes durante esse período. O fisioterapeuta precisa e deve orientar seus pacientes para aprenderem o autocuidado e adotarem essas práticas na vida cotidiana diminuindo o risco de maiores danos.

A fisioterapia é muito eficaz e dá ótimos resultados na prevenção no tratamento e acompanhamento da neuropatia periférica por hanseníase daí a importância da presença deste profissional principalmente na atenção primária à saúde nos municípios. Nossos gestores e população em geral precisam conhecer os benefícios que a fisioterapia pode trazer nas suas diversas áreas de atuação. Precisamos avançar com a saúde funcional para que cada vez menos tenhamos pessoas incapacitadas para a vida e para o trabalho, para que o estigma da incapacidade seja coisa do passado. 

*Ingridh Farina da Silva é Fisioterapeuta, Mestre em Saúde Coletiva e atua com capacitação de equipes para avaliação neurológica, prevenção de incapacidades e autocuidado em Hanseníase.

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