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Artigos Segunda-feira, 05 de Outubro de 2020, 18:23 - A | A

Segunda-feira, 05 de Outubro de 2020, 18h:23 - A | A

Francisney Liberato Batista Siqueira*

O medo é salutar

por Francisney Liberato Batista Siqueira*

Quem nunca sentiu medo? Medo do escuro, de alma penada, de barulhos furtivos quando foi à cozinha de madrugada, sozinho, beber água? Medo da árvore que balançava ao sabor do vento numa noite fria de chuva forte e imaginou que os galhos mais pareciam braços amedrontadores? Quem nunca ficou assustado devido a determinadas circunstâncias desagradáveis? É provável que todo ser humano já tenha passado pela vivência e experiência desse sentimento.

Normalmente fazemos equiparações com o medo como algo negativo e que deve ser negado. É comum que o indivíduo que tem medo direcione os seus pensamentos e movimente seu corpo em sentido contrário, em busca de fuga.

Não permita que o medo paralise sua vida. Estou me recuperando de uma lesão no pé, mais especificamente no ligamento do tornozelo direito. Já faz quase um ano do ocorrido, mas ainda tenho dificuldades de andar e correr como outrora, ainda mais considerando o desconforto ao pisar.

O tempo vai passando, a idade vai chegando e, com ela, a percepção de fatos comprovados na minha vida: a questão física do corpo se torna mais difícil de recuperar e ficamos ainda mais vulneráveis às lesões oportunistas.

Pois bem. Decidi não aceitar essa limitação! Em setembro de 2020, comecei a frequentar uma escolinha de futebol, três vezes na semana. Todavia, o receio de agravar a situação era latente, porque eu estava temeroso.

No primeiro dia, ao praticar as atividades de condicionamento físico, em uma pisada um pouco mais brusca e descuidada de minha parte, senti uma fisgada forte no local da lesão. Instantaneamente ponderei: paro ou continuo?

Resolvi continuar e implantar o medo como ferramenta de alerta, zelo e cuidado. A dor me fez ficar mais atento às atividades a fim de evitar que eu lesionasse ainda mais a parte afetada, que ainda não estava recuperada totalmente.

Ao invés de refletir sobre o medo na vertente de piorar a situação do pé, estimulei pensamentos com o intuito de entender que o medo faz parte da vida e é algo positivo, o qual temos que aceitar e administrar com sabedoria.

Na minha concepção, posso concluir que o medo é um sinal para que possamos prestar mais atenção diante dos cenários existentes na vida. O medo pode nos deixar mais zelosos com as atividades que realizamos rotineiramente. O medo pode acionar o nosso alerta, a fim de evitar efeitos surpreendentes e desastrosos da nossa existência.

O medo é salutar. Sem ele, provavelmente, nós seríamos mais imprudentes no trato com a vida e com nossas escolhas.

Que tal conduzirmos os nossos pensamentos para ressignificar o medo em nossas vidas? Vamos utilizá-lo como combustível para sermos mais prudentes e cautelosos. Sem medo, certamente teríamos mais atitudes impensadas e catastróficas.

O medo é saudável. A ideia é que você possa orientar esse sentimento de algo negativo para algo completamente positivo. É uma questão de ponto de vista, pois entendo que focar naquilo que nos trava e nos faz fugir não seja o modo mais inteligente de viver. Assim sendo, vamos pensar de outra maneira?

Com o medo, fiquei mais atento e antenado aos movimentos das atividades físicas. Continuo na escolinha, com todo o cuidado possível, pois entendi que o medo é bom para aqueles que não querem se nivelar por baixo, mas sim elevar o seu patamar, mudar a sua vida e a sua forma de pensar e viver o mundo.

O medo que devemos ter é daquilo que não nos permite agir.

*Francisney Liberato Batista Siqueira - auditor Público Externo do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso

 

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