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Artigos Sábado, 19 de Fevereiro de 2022, 12:22 - A | A

Sábado, 19 de Fevereiro de 2022, 12h:22 - A | A

Vanessa Moraes*

O envelhecimento e a audição

por Vanessa Moraes*

De todas as privações sensoriais que afetam o idoso, a incapacidade de comunicar-se com os outros devido à perda auditiva pode ser uma das consequências mais frustrantes, produzindo um impacto profundo e devastador em sua vida psicossocial.

A perda da sensibilidade auditiva resultante do envelhecimento é conhecida como Presbiacusia.

A Presbiacusia é caracterizada por uma perda auditiva nos dois ouvidos para tons de alta frequência, resultante de mudanças degenerativas e fisiológicas no sistema auditivo com o aumento da idade.

A perda auditiva em altas frequências torna a percepção dos sons consonantais muito difíceis, especialmente quando a comunicação ocorre em ambientes ruidosos, vindo a comprometer seriamente o processo de comunicação verbal. É frequente observarmos respostas inadequadas, gerando uma imagem de senilidade. A principal queixa dos pacientes com presbiacusia é: “eu escuto, mas não entendo!”

A intolerância a sons de grande intensidade é outra queixa bastante frequente. A diferença entre o que o indivíduo detecta em seu limiar auditivo mínimo e o que ele tolera em seu limiar de desconforto é bastante reduzida. Isso significa que, quando as pessoas falam em fraca intensidade, o idoso não consegue ouvir, mas ao elevarem a intensidade da voz, atingem o nível de desconforto do idoso, o qual reage com irritação: “não grite, pois, não sou surdo”.

Mesmo a presbiacusia estando centralizada nas alterações da orelha interna, as outras partes da orelha não escapam dos efeitos do envelhecimento. Na orelha externa frequentemente observamos um aumento do tamanho devido à diminuição da elasticidade da pele e da tonicidade muscular, porém sem nenhum efeito para a acuidade auditiva. Na orelha média poderá ser observada a redução da elasticidade do tecido muscular, calcificação dos ligamentos e dos ossículos, diminuição das características de transmissão, as quais não levam a alterações significativas na audição.

Resumidamente, algumas implicações da deficiência auditiva no idoso:

- Diminuição da percepção da fala em várias situações e ambientes acústicos;

- Alterações psicológicas: depressão, embaraço, frustração, raiva, medo, sentimento de inferioridade causados por incapacidade pessoal de comunicar-se com os outros;

- Isolamento social: interação com a família, amigos e comunidade seriamente afetada;

- Incapacidade auditiva: igrejas, teatro, cinema, rádio, TV e telefone;

- Problemas de comunicação com médicos e profissionais afins;

- Problemas de alerta e defesa: incapacidade para ouvir pessoas e veículos aproximando-se, panelas fervendo, alarmes, telefone ,campainha, anúncios de emergência em rádio e TV;

— Aumento de queda em 40%;

- Maior probabilidade de desenvolvimento de demências.

Qualquer indivíduo que apresente dificuldades decorrentes de uma perda de audição deve ser considerado candidato em potencial ao uso de aparelhos auditivos.

A efetividade dos aparelhos melhorou efetivamente nos últimos anos, facilitando a recepção do sinal de fala, promovendo assim um melhor contato social e auto-conceito mais positivo.

O importante é começar a usar os aparelhos auditivos o mais cedo possível, enquanto o idoso é, ainda, capaz de aprender a adaptar e deseja fazer o esforço necessário para tal.

 *Vanessa Moraes é fonoaudióloga e audiologista 

 

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