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Artigos Segunda-feira, 03 de Setembro de 2018, 08:36 - A | A

Segunda-feira, 03 de Setembro de 2018, 08h:36 - A | A

Opinião

Nunca foi tão fácil votar

por Antônio Wagner Oliveira*

As eleições estão há pouco mais de um mês de acontecerem. Escolheremos Presidente, Governador, Deputados Federais e Estaduais e Senadores. Podemos antecipar que esta será e, já está sendo, uma eleição HISTÓRICA.

Muito está em jogo, mas muito já fora revelado nestes últimos 03 (três) anos e pouco, desde o Impeachment da ex-Presidente Dilma, apeada do poder não por ter praticado atos de corrupção, mas supostamente uma manobra orçamentária proibida, absolvida pelo TCU de tal acusação, hoje nos permite ter uma clareza de quem joga contra ou a favor do povo e quem age em nome de interesses anti-nacionais escusos e, de enriquecimentos espúrios e ilícitos.

De lá para cá, vivemos nossos piores momentos em mais de 30 anos de história recente. Nunca fomos tão subjugados enquanto nação e povo, em tão pouco tempo. Muitas leis foram aprovadas que reduziram DIREITOS históricos a pó. Aécio que o diga.

Pelo “inconformismo” da derrota sofrida, um playboy transloucado, avalizado e financiado por setores conservadores e mesquinhos da elite e da grande mídia nacional, colocaram fogo no país, com a tática de dividir para conquistar. Dividiram o povo em facções políticas, em credos e crenças, em cor e sexo, em opiniões e imposições, em trabalhadores e patrões, como se não houvessem meios diplomáticos e políticos para HARMONIZAR este ambiente.

Mas é esse o ambiente caótico que queriam. São tantas frentes de enfrentamento e rusgas, que fica difícil para o homem comum se dar conta de que está sendo manipulado, que estão buscando DEVIAR sua atenção do que realmente IMPORTA para uma agenda de falsas preocupações.
E o que importa ao momento, são as eleições e como DEVEMOS nos posicionar frente a ela. Primeiro, somos democratas? Acreditamos na democracia, mesmo com seus erros e acertos, mesmo com suas latentes contradições? Acreditamos que ela pode ser aperfeiçoada? Se sim, já temos um critério para votar para Presidente. O contrário disso é o silêncio da ditadura e os gritos e horrores de seus porões e torturas.

Segundo, acreditamos em justiça social, inclusão, oferecimento de oportunidades de crescimento a todos, humanidade e investimento do estado para tal missão? Ou acreditamos que cada indivíduo deve “se virar”, disputar essa corrida em busca de sucesso profissional mesmo saindo atrasado para ela?

Terceiro, acreditamos que o pequeno e médio empreendedor deve ser subsidiado, acolhido pelo estado, que a agricultura familiar deve ser apoiada?. Que isso gera emprego e renda e com isso, a diminuição das desigualdades e a consequente redução dos índices de criminalidade?
Ou acreditamos que o grande e “mega” empresariado, deve continuar recebendo todo ou quase todos os incentivos fiscais e linhas de crédito facilitadas pelo estado, todos os investimentos em logística de expansão, se beneficiar de todas as compras e obras estatais como fornecedores e executores, como há décadas é a prática da política tradicional, e que só isso seria capaz de gerar os empregos e a renda para consumo que precisamos tanto enquanto nação?

Tais reflexões devem ser feitas, para que nesta eleição NÃO sejamos ENGANADOS pelos discursos polidos e impolutos, que carregam em si o ápice da hipocrisia. Muitos candidatos, apoiadores do caos instalado, votaram nestes 03 anos e meio, alterações na CONSTITUIÇÃO e outras leis nacionais e estaduais que beneficiaram grandes grupos e corporações econômicas, como grandes bancos, empresas de telefonia e grandes petroleiras internacionais, em detrimento do povo, da nação, dos anseios da classe trabalhadora e, do pequeno e médio empreendedor.

Muitas leis precarizaram ainda mais os serviços públicos gratuitos, tirando sua qualidade para que a população pense que deles não precisa. Tais leis estão sucateando a saúde, a segurança, a ciência e tecnologia, as artes, cultura, turismo e, todas as áreas sensíveis aos anseios da sociedade e, foram votadas por POLÍTICOS que hoje são CANDIDATOS e discursam falsamente pela melhoraria dos serviços públicos e do bem estar social.
Outros tantos estão aí pregando renovação, mas nem os sobrenomes renovam. Outros pregando contra a corrupção, mas foram delatados em esquemas variados.
Quem falar em favor dos serviços públicos e dos servidores, analise se votou contra ou a favor da PEC do Teto de Gastos/Investimentos (EC. 95/16). Se votou a favor e seu partido também, desconfie, há algo de errado, pois ela retira e limita investimentos em saúde, educação, segurança, Ciência, Educação superior e etc por 20 anos. Se o seu candidato, pede voto mas exalta quem apoiou a ditatura e seus horrores, desconfie, há algo de contraditório ao pedir voto e apoiar um regime autoritário que NÃO se votava para escolha dos representantes.

Se seu candidato prega em favor dos trabalhadores públicos ou privados, observe se votou e como seu partido se posicionou em relação a “DEforma” trabalhista e, a lei que aprovou as terceirizações indiscriminadas, que tanto prejudicam os trabalhadores, sua renda e aposentadoria, com tal medida. Se seu candidato fala em favor de sua aposentadoria, veja com ele votou em relação a CPI da Previdência, que desmascarou a FARÇA do déficit. Se seu candidato fala em combate a corrupção, mas nunca fez uma proposta de lei para tal combate e, se tem seu nome envolvido em delações insuspeitas, desconfie, há algo de podre no “reino da Dinamarca”.

É tempo de desconfiarmos. Ouvirmos as entidades de classe, o que elas pensam institucionalmente. Procurar nos informar, para não votar no discurso fácil do “novo”. Verificar as votações no congresso nacional nos últimos anos e ver quem votou contra nossos interesses coletivos e em favor de interesses privados e muitas vezes corruptos e, pede hoje nosso voto. Para finalizar, termino com um exemplo da contradição entre o que prega, o que fez e o voto que pede.

Um dado deputado federal por Mato Grosso, apresentou recentemente proposta de lei federal (PL 6442/16), no sentido de permitir que o trabalhador rural recebesse parte do SALÁRIO por meio de COMIDA e moradia, um retrocesso que remonta ao período pós-escravidão. Ou seja, trabalho por comida. Escravidão moderna. E agora, pede votos dos trabalhadores rurais e quilombolas como CANDIDATO ao Senado. Uma desfaçatez que hoje está às claras, descoberta pela luz da tecnologia e das mídias sociais.

Analise, estude, pense seu voto dentro do contexto dos seus interesses de classe, empresariais, humananísticos e nacionalistas. É conjugando tais interesses que encontrará os candidatos ideais, ou ao menos, o mais perto disso, que conseguirá levar uma agenda coletiva, progressista e nacional-desenvolvimentista, para o centro do debate político eleitoral.

*Antônio Wagner Oliveira, Advogado, Presidente em substituição da CSB MT, Membro da Executiva Nacional da CSB.

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