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Artigos Terça-feira, 23 de Agosto de 2016, 14:02 - A | A

Terça-feira, 23 de Agosto de 2016, 14h:02 - A | A

Opinião

Mulheres na política em Várzea Grande‏

por Graci Ourives de Miranda*

Cidade fundada em 1867, como alguns municípios de Mato Grosso, em sua maioria habitada por índios, era denominada como “Várzea Grande dos Guanás”, e foi emancipada somente em 1948, com o gentílico: várzea-grandense. Falar de inclusão de mulheres na política mato-grossense é necessário estabelecer uma reflexão sobre o passado político destas mulheres no poder e das dificuldades que enfrentaram para assumir tal posição, como autoridade em um estabelecimento em que o ‘homem vigorava como todo poderoso’, em que muitas mulheres jamais se intimidaram frente ao Estado com “resquício de coronelismo” (Miranda, 2015).

Segundo a presidente/TRE, Desembargadora - Maria Helena G. Póvoas cristalizou “(...) nós mulheres temos um olhar diferenciado. (...) a mulher, assim como todos os segmentos, deve discutir sobre seus direitos na cidadania e em todos os cantos. (...)”, (Póvoas, 2015). Notar-se-á, quanto mais relevante é o cargo, maior obstáculo da representatividade mulheres no poder. Então a mulher labuta em jornadas múltiplas para vencer. Assim, nós mulheres não necessitamos de migalhas. Queremos e podemos estar inseridas no discurso, previsto na Constituição “igual” e, para “todos”, perante as leis, baseando-se nos direitos e deveres. Assim, que haja reflexão da nossa sociedade e que seja banida a postura de discriminação.

Importante salientar, que mesmo timidamente, as mulheres no contexto político enfrentam o chamado ‘preconceito’, e, as várzea-grandenses não se intimidam. Sempre assumiram cargos relevantes, tais como: Sarita Baracat, 1ª deputada pós-divisão do Estado de Mato Grosso. Notar-se-á que, por longa data Várzea Grande aponta o avançar das mulheres na política. A líder Sarita foi e ainda é, exemplo de tentar banir os preconceitos e pela raiz atenta buscar unir as mulheres que habitavam em Cuiabá para apontar a necessidade de uma sociedade mais justa, pois, nos anos de 1960, sua companheira de visitas aos bairros carentes, foi cristalizada em suas lembranças pela política. Sarita Baracat: “eu e Yolanda Teixeira Bezerra, nós trabalhávamos muito e sem dinheiro, com muita humildade e vencemos!”, (Miranda, 2015). Em se tratando de recursos, recorro ao Jurista, Juiz Gonçalo Antunes de Barros (2015), “mais vale o dinheiro suado dos indiferentes”, também de lastro lícito e democrático. (Barros, 2015)².

Segundo, a política Sarita Baracat, 2015, “se eu for eleita, um centavo que entrar na Prefeitura vai ser aplicado (...) minha prestação de contas era impecável”, (Miranda, 2015). Ecléa Bosi (1998), em “Memória e Sociedade: lembranças de velhos”, ao avaliar as memórias dos entrevistados, assim pontuou: “A memória é um cabedal infinito que só registramos um fragmento. Frequentemente as mais vivas recordações afloravam depois das entrevistas (...). Continuamos a escutar, (...). Lembrança puxa lembrança, e seria preciso um escutador infinito.” Assim são as lembranças da mulher de Várzea Grande, a líder Sarita Baracat, suas lembranças, conselhos e história são respeitados e coerentes, isto porque, pensa não só a sociedade de Várzea Grande, mais o todo social, tanto de Mato Grosso, como o Brasil, dotado de esperanças e evolução cultural para que todos possam concorrem de igual para igual.

É revelador a postura ética das mulheres, em que, recursos financeiros nunca impediram que a mulher fosse à busca de igualdade e liberdade. A evolução cultural de Várzea Grande é evidenciada nas eleições atuais, tais como exemplo, a câmara atualmente, conta com três vereadoras: Sumaia Almeida, Isabela Guimarães e Miriam Pinheiro. Graças a Deus elas se ocupam os espaços que lutaram bravamente para exercê-los. Sarita Baracat de Arruda (1979-1983) – ARENA - Aliança Renovadora Nacional. Buarque lembrou muito bem sobre democracia brasileira. “A democracia no Brasil foi sempre um lamentável mal-entendido”, (Holanda. 1995). Se a mulher é competente para assumir relevantes funções nas gestões publicas, deverá fazê-lo também na política, em outros países como a Alemanha, Chile e Inglaterra, as mulheres foram eleitas e reconduzidas. E pela Lei 12.605 de 2012, datado de 03 de abril, a mulher já foi pensada nas instituições de ensino como “flexão de gênero”, ao ser elaborado o diploma. Então necessitamos fazer parte do “todos” e praticar ações para ser enquadrada em todas as atividades incluindo a política.

Em se tratando da atualidade dos 141 Municípios de Mato Grosso, existem somente 19 prefeitas, é revelador que as cidades que mais elegeram as mulheres foram as cidades com povoação mais recente. Assim, a cidade de Várzea Grande é o diferencial, pois se transformou em uma sociedade inteirada pelas igualdades. Notar-se-á, que Várzea Grande faz o diferencial, avanço das mulheres no poder, pois tem três vereadoras, enquanto Cuiabá só tem uma. Outras cidades que as mulheres foram eleitas à população é inexpressiva, mais a evolução das ações do pensar na igualdade. Então é evidente que devemos olhar para o ser humano independente de sexo, cor da pele, aparências e origens. Amar a todos e praticar ações de igualdade e paz, pensando em nosso país, cotidianamente dotado de harmonia em todos os poderes, principalmente nosso estado mais humano e igual. Refletindo sobre respeito, às diferenças e praticando ações para a sociedade e também ao meio ambiente, para que os irmãos possam entrelaçar o olhar e as mãos, vivendo tranquilos e serenos, e pronunciar: Somos todos iguais!

*Graci Ourives de Miranda é escritora/professora em SP. Servidora da UFMT, e IFSP/SP. Possui graduação em Letras - Português/Inglês e Literatura portuguesa e inglesa, e especialização em História Social pela UFMT.

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