10 de Janeiro de 2025
10 de Janeiro de 2025
 
menu

Editorias

icon-weather
lupa
fechar
logo

Artigos Quarta-feira, 05 de Abril de 2017, 14:40 - A | A

Quarta-feira, 05 de Abril de 2017, 14h:40 - A | A

opinião

Melhor segurança alimentar

                                                                                                                                         por Hélcio Corrêa Gomes *

A insegurança alimentar está aumentando no mundo. Hoje já são 108 milhões de indivíduos que passam fome, conforme dados recentes da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. Na maior parte dos países empobrecidos tem insuficiência na produção de alimentos por causas de guerras ou conflitos civis. Além de problemas ambientes (secas e chuvas prolongadas) que também aumentam os preços dos alimentos.

No Brasil são inexistentes os conflitos regionais. Nem têm secas e chuvas intermináveis. Além de possuir avanços tecnológicos em toda a produção rural. Mas falta comida regular para 32 milhões de brasileiros e 65 milhões não ingerem quantidades mínimas diárias de calorias. Enfim, quase a metade da população alimentando com precariedade.

Tal quantidade alta de desnutridos, tendo em vista a extensão territorial agricultável, fica como incógnita de difícil resposta. Se está falando do quarto país produtor mundial de alimentos. E que produz mais de 30% do que basicamente necessita para alimentar a população, segundo dados antigos da Embrapa.

Os produtos agrícolas nacionais são desperdiçados 43,8 milhões de toneladas ao ano, que após os estragos vão diretamente ao lixo. O que daria para alimentar mais de 30 milhões de indivíduos com três refeições diárias. Incrível, que estão levando aos aterros sanitários mais de R$ 12 bilhões de produtos agrícolas, que restam deteriorados.

É intrigante que o governo federal não tenha política de recuperação dos desperdícios nacionais de alimentos. Leis municipais, no Brasil afora, impõem aos restaurantes, sob as penas de multas, que as sobras sejam jogadas fora para fazer compostagens (adubos).

Tudo significa do ponto de vista mundial um esbanjamento imperdoável. Perdas que vão do plantio ao transporte com falhas técnicas e finalmente comercialização, que perdem por volta de 10% dos alimentos disponíveis.

Aqui se está falando da agricultura diversificada e não da produção de grãos voltada para exportação (agronegócio).

Prova maior do fator está na própria avaliação das perdas no varejo de supermercados, que já demonstram perdas de mais de 5% nos faturamentos financeiros com hortifrutigranjeiros. A estimativa da coordenadoria de abastecimento da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo indica perdas na cadeia produtiva e distributiva equivalente a quase 2% do PIB nacional.

Vale ressaltar que o Brasil ultrapassa em números reais de famélicos a Etiópia, o Sudão do Sul, a Somália, o Iêmen e a Nigéria e muitas outras economias frágeis com agricultura. Aqui gostando ou não a insegurança alimentar mundial atinge mais gente de nacionalidade brasileira.

Eis um momento propício controlar tal prejuízo. E abrir alguma política factível para diminuir o abismo entre os que comem regular e irregularmente. Afinal, com a crise Dilma aprofundada mais gente vai morar nas ruas e vão logo insurgir necessidade premente de assistencialismos em prefeituras.

A população de rua da cidade de São Paulo, por exemplo, já triplicou entre 2014/2017, segundo dados dos albergues públicos paulistanos. Nada justifica ter amplitude no país de alimentação populacional deficitária. É preciso agir e paralisar desperdícios. E evitar sangria de cofres públicos, que se aproxima a passos largos, se nada for construtivamente feito.

Hélcio Corrêa Gomes é advogado

Brasil unido pelo Rio Grande do Sul

Siga a página do VGNotícias no Facebook e fique atualizado sobre as notícias em primeira mão (CLIQUE AQUI).

 Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).   

RUA CARLOS CASTILHO, Nº 50 - SALA 01 - JD. IMPERADOR
CEP: 78125-760 - Várzea Grande / MT

(65) 3029-5760
(65) 99957-5760