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Artigos Quinta-feira, 03 de Setembro de 2020, 13:32 - A | A

Quinta-feira, 03 de Setembro de 2020, 13h:32 - A | A

JOÃO EDISOM DE SOUZA*

Justiça espetaculosa é covardia

por João Edisom de Souza*


Etimologicamente, justiça é um termo que vem do latim justitia. É o principio básico que mantém a ordem social através da preservação dos direitos em sua forma legal. Justiça é a particularidade do que é justo e correto, como o respeito à igualdade de todos os cidadãos. Por isso ela deve ser discreta, sóbria, imparcial e ter em mãos todos os elementos que compõem as partes para somente daí emitir o julgamento.

O juiz ou promotor de justiça não é nomeado para fazer favores com a justiça, mas para julgar segundo as leis. Mas no Brasil inauguramos o “primeiro a gente condena e depois a gente investiga porque”. Por trás desta atitude tem a escalada para fazer da desgraça um trampolim midiático para galgar outros patamares, inclusive o político eleitoral.

Não faltam casos onde o agente público responsável por investigar, elucidar, analisar, solucionar ou julgar casos usou do impacto que o acontecimento causa na população para se tornar pop star da mídia e depois usar para outros fins, principalmente o político eleitoral.

Só para citar alguns casos, temos o do superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Romeu Tuma, que saiu do caso do médico nazista Josef Mengele, nos anos de 1980, e chegou até o senado federal. Nos anos de 1990 a juíza do Rio de Janeiro Denise Frossard, depois de condenar 14 contraventores e membros do crime organizado foi eleita deputada federal.

Em Mato Grosso a prisão do bicheiro João Arcanjo Ribeiro fez diversos agentes, na busca de votos, propagarem que foram os responsáveis heroicos de sua prisão e isso até hoje lhes dão marketing político e votos. Recentemente o juiz Sérgio Moro saiu da “república de Curitiba” direto para o Ministério da Justiça e dali sabe Deus para mais aonde.

Quem lida nos meios de comunicação já está cansado de saber que agentes públicos, como juízes, na maioria das vezes disfarçados através de seus assessores, membros do Ministério Público, quando o caso gera grande repercussão ou comoção, ligam para os jornalistas com o intuito de dar entrevista e sair na mídia, serem capas de noticiários. Nem delegados de polícia afoitos ao heroísmo se furtam destas práticas.

Interessante que, sem exceção, estas pessoas logo ali na frente estão entre os candidatos a alguma coisa com as bênçãos dos justiceiros tupiniquins.

Há algo comum entre todos estes heróis espetaculosos e midiáticos, que é promover o confronto, o linchamento, fomentar o autoritarismo vingativo, ascender o extremismo na população e se autopromover para obter benefícios. O método é simples porque é o mesmo em todos os casos: primeiro vazo informações ainda durante o processo investigativo, depois dou entrevista sugerindo conclusões, organizo a opinião pública para o resultado final planejado e então vou para os canais de televisão, para as capas dos noticiários e daí para os braços da galera.

A base da sociedade é a justiça. O julgamento constitui a ordem da sociedade: ora o julgamento é a aplicação da justiça (Aristóteles). Quando os agentes públicos do aparelho repressor e/ou judiciário do Estado nem se constrangem em antecipar sentenças ou induzir a população ao um pré-julgamento para se autopromoverem estamos no reverso do que é justiça. Isto tem outro nome: covardia!

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