por Edina Araújo*
A política, por natureza, é um campo de embates e divergências, mas quando essas disputas se desenrolam publicamente, através das redes sociais e da imprensa, ganham uma dimensão que pode ser tanto esclarecedora quanto preocupante. Recentemente, observamos um exemplo desse fenômeno no embate entre o governador Mauro Mendes e o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, que têm protagonizado uma série de trocas de farpas e acusações públicas.
Um dos episódios mais recentes dessa saga, ocorreu durante o programa nacional "Roda Viva", no qual Mauro Mendes criticou Emanuel Pinheiro por solicitar um encontro, através de um vídeo para discutir questões relacionadas à saúde da capital. Mendes afirmou que esse não era o meio correto para fazer tal pedido, uma posição que, em sua essência, é defensável. No entanto, a situação se tornou ainda mais tensa quando Emanuel formalizou o pedido, e Mendes, mais uma vez, optou por informar por meio da imprensa, que não irá recebê-lo pessoalmente, optando por destacar uma equipe técnica para tratar do assunto.
Essa postura levanta a questão: qual é a verdadeira diferença entre Mauro Mendes e Emanuel Pinheiro? À primeira vista, parece que a diferença reside apenas no discurso. Mendes não poupa críticas a Pinheiro, muitas vezes, demonstrando uma animosidade que ultrapassa os limites da mera discordância política. Estranhamente, essa animosidade parece ter surgido apenas após Mauro Mendes ter deixado a Prefeitura de Cuiabá e Emanuel assumir o cargo.
A especulação sobre os motivos por trás dessa rixa pública, entre os dois políticos tem sido alimentada por acusações mútuas. Em entrevista ao , Emanuel Pinheiro sugeriu que a disputa pode estar relacionada a um contrato milionário de energia que Mendes deixou como "herança", e que ele, posteriormente cancelou a pedido do Tribunal de Contas do Estado (TCE), por supostas irregularidades. Se essa alegação for verdadeira, ela lança uma sombra sobre a reputação de Mauro Mendes como um defensor da transparência e da honestidade na gestão pública.
O embate entre Mauro Mendes e Emanuel Pinheiro não é apenas uma questão de egos inflamados ou de disputas políticas triviais; é um reflexo da complexa interseção entre interesses pessoais e responsabilidades públicas. Enquanto esses dois líderes políticos continuam a trocar farpas e acusações, a população de Cuiabá e de Mato Grosso, como um todo, é que paga o preço, presa no meio de uma guerra financeira e de interesses pessoais.
É lamentável que um governante que se orgulha de sua integridade e honestidade se veja envolvido em uma controvérsia tão pública e acalorada. E o pior de tudo, é que não há grandes diferenças entre um e outro na questão de usar as redes sociais e a imprensa para se alfinetarem. A diferença maior é que Mauro Mendes se excede nas críticas e as torna mais ofensivas, deixando o campo político e divergências de ideias, para o nível mais baixo de discussão.
Por outro lado, Emanuel Pinheiro, pensando no bem da população cuiabana, mesmo que tardiamente, levanta uma bandeira para o diálogo, oportunidade que, ao que parece, Mauro Mendes não está disposto aceitar, pois continua alimentando o ódio e a guerra política, que não faz bem para ninguém, principalmente para a sociedade cuiabana. Contudo, o governador mais uma vez demonstra seu tamanho, que mais se assemelha a um ditador do que um estadista!
*Edina Araújo é jornalista e diretora do VGNOTICIAS
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