por Marluce Aparecida Sousa e Silva*
A “Inconfidência Mineira” como ficara conhecida por muitos anos passou a ser abordada pelos historiadores como “Conjuração Mineira” pelo fato de ser um movimento de cunho conspiratório mineiro com o objetivo de libertar a capitania de Minas Gerais do julgo português.
Mesmo não tendo dado certo, o movimento mineiro plantou a ideia de liberdade e o fato tomou força depois da chegada da Família Real, em 1808, com a abertura dos portos, a criação de faculdades, de bibliotecas, recusando-se o “Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves”, criado em 1815, com o retorno de D. João VI a Portugal, voltar à condição de colônia, se tornando independente em 7 de setembro de 1822, e proclamado a República em 15 de novembro de 1889.
O termo “Conjuração Mineira” foi adotado recentemente e se identifica mais do movimento conspiratório mineiro pelo fato de germinar ideias de liberdade, não devendo ser visto como movimento de traição. A conspiração mineira, vale ressaltar, foi delatada antes mesmo de eclodir, e manteve Minas Gerais sob o comando dos portugueses até 7 de setembro de 1822.
Com a Independência do Brasil de Portugal, o legado maior foi a construção da nação brasileira, ainda que com muita dificuldade e sob o comando do modo de produção escravista, que somente, em 13 de maio de 1888, libertara os escravizados e passara para o regime do trabalho livre.
Mesmo sabendo que a independência econômica ainda se constitui num desafio, a independência política e a soberania nacional conquistadas foram e continuam importantíssimas, e a morte de Joaquim José da Silva Xavier, que ficou conhecido na história como Tiradentes, na cidade do Rio de Janeiro, no campo da Lampadósia, na forca e esquartejado, fortaleceu o movimento ao longo do tempo, não abafando o desejo de liberdade. Tiradentes se tornou o “mártir da independência” do Brasil e o mais conhecido entre todos os membros da “Conjuração Mineira” na História Brasileira!
O significado de se comemorar a “Inconfidência Mineira/Conjuração Mineira” se deve a importância do cultivo da liberdade entre nós brasileiros hoje e sempre. Na “Exaltação a Tiradentes”, escreveu o compositor brasileiro Chico Buarque, “Joaquim José da Silva Xavier/Morreu a vinte e um de abril/Pela independência do Brasil/Foi traído e não traiu jamais/A inconfidência de Minas Gerais.”
*Marluce Aparecida Sousa e Silva - Reitora da UFMT
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