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Artigos Terça-feira, 30 de Janeiro de 2024, 17:16 - A | A

Terça-feira, 30 de Janeiro de 2024, 17h:16 - A | A

Lisiane Pereira de Jesus*

Extensão universitária: passado, presente e futuro 

Por Lisiane Pereira de Jesus*

A Constituição Federal, no Art. 207 prevê que “as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”. Isso significa que esses três eixos devem ser trabalhados na mesma proporção dentro das universidades,

O que é extensão e como ela é ou deveria ser realizada nas universidades públicas?

As atividades de extensão têm por propósito possibilitar o desenvolvimento de atividades que conectem a universidade com a sociedade, por meio de palestras, cursos, oficinas, entre muitas outras ações que criam esse ambiente de interação, diálogo e prestação de serviços. 

Eu desenvolvo atividades de extensão desde 1998, um deles é o Centro de Equoterapia da UFMT, que coordeno até hoje, disponibilizando atendimento gratuito às pessoas com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento. No entanto, sem recursos para este fim, nós professores, sobrevivemos de parcerias e convênios estabelecidos com o setor público e privado.

Nas últimas décadas, os recursos para desenvolvimento de ações extensão foram escassos e, muitas vezes, professores e técnicos da UFMT tiveram que tirar dinheiro do próprio bolso para garantir a estrutura mínima de transporte, alimentação e itens básicos para realização das mais diversas atividades de extensão.

Mesmo diante da normativa nacional que determina que as atividades de extensão devem compor a matriz curricular em, no mínimo, 10% da carga horária total dos cursos de graduação. E embora a curricularização seja obrigatória, a UFMT atualmente não aloca recursos específicos para a promoção e para o desenvolvimento dos projetos no conjunto de atividades necessárias à extensão, 

O cenário atual de descaso com extensão afeta não apenas estudantes, técnicos e professores, mas também a própria sociedade, beneficiária dessas inúmeras ações, que promovem saúde, lazer e cultura, conhecimento e, em última instância, a equidade. É preciso fazer mudanças urgentes nas políticas de extensão da UFMT, sob pena de descumprimento do preceito constitucional. 

Um passo importante para mudar este cenário é a criação de uma Pró-reitoria exclusiva para a extensão com recursos para os cursos de graduação realizarem efetivamente a extensão que garanta recursos não só para bolsas, mas para o conjunto de atividades necessárias para os projetos de extensão, além de garantir o pagamento das bolsas de extensão por 12 meses. 

Além disso, precisamos separar os processos de registro de projeto dos de disputa por bolsas, permitindo ao docente ou técnico ter projetos de longo prazo independentemente da concorrência por bolsas e fortalecer a divulgação dos projetos de extensão na imprensa. 

A extensão na UFMT precisa de Novos Rumos!!!


*Lisiane Pereira de Jesus – Professora da Faculdade de Agronomia e Zootecnia da UFMT

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