“O Dia Mundial dos Rios é celebrado hoje, 25 de setembro. Criado em 2005 para comemorar o lançamento da “Water for Life Decade”, (Década da Água para a Vida), da Organização das Nações Unidas (ONU), celebra-se anualmente no quarto domingo de setembro desde então.
O desmatamento, as queimadas e a destruição da biodiversidade da Amazônia, por exemplo, estão afetando e secando “os rios voadores” e interferindo severamente no regime de chuvas e no clima das demais regiões do Brasil, principalmente do Sudeste e do Centro Oeste e, também, afetando diretamente os diversos aquíferos (reservas de águas subterrâneas) como o aquífero guarani.
Os Rios são importantes, vitais para a sobrevivência da humanidade, da biodiversidade e dos sistemas de produção e para o consumo humano, guardam uma estreita relação com as questões das águas, do uso do solo e das florestas; e, neste contexto estão também relacionados com diversas outras questões ambientais, como poluição urbana, degradação ambiental, represas e construções de hidrelétricas, resíduos sólidos (lixo), urbanização e, claro, com as mudanças climáticas, destruição das nascentes e das matas ciliares, erosões e resíduos industriais, de agrotóxico e, principalmente, nas médias, grandes cidades e regiões metropolitanas e aglomerados urbanos pelos esgotos lançados nos rios e demais cursos d’água, transformando os rios e seus afluentes em grandes esgotos a céu aberto e imensas lixeiras, que acabam sendo carreados para os mares e oceanos.
Em várias partes do mundo, como, por exemplo, na Amazônia e outras regiões do Brasil, os rios são fundamentais para o transporte de pessoas e de cargas e, historicamente, foram as vias de penetração que consolidaram o território brasileiro, diversas cidades em todos os países, como nos casos de Cuiabá, Corumbá e Cáceres, surgiram e prosperaram às margens dos rios.
Neste momento em que é celebrado em mais de 190 países e territórios o Dia Mundial dos Rios, o noticiário nacional tem destacado que diversos e grandes rios da Amazônia estão secando, impossibilitando ou dificultando a navegação e o abastecimento de água, principalmente, para consumo humano, o que demonstra a necessidade de um cuidado melhor com o meio ambiente, em geral, com as águas e, principalmente com os Rios, os córregos e demais cursos d’água que integram as Bacias Hidrográficas.
Apesar da importância dos rios, os mesmos, em todos os países, estão passando por um processo de degradação e morte, como os Rios Tietê, em SP, o Rio Doce (Minas Gerais e Espírito Santo), o Cuiabá, em Mato Grosso, o Paraíba do Sul e vários outros pelo Brasil afora.
No caso do Rio Cuiabá e de vários outros que estão sendo objeto da ganância de grupos econômicos que visam simplesmente privatizar nossos rios para a geração de energia, acabam afetando a vida de milhares de famílias que dependem do rio para a sobrevivência e está ferindo de morte o nosso Pantanal, que, pela sua exuberância, foi considerado Patrimônio Mundial da Humanidade, pela UNESCO, é importante que a população se mobilize para lutar em defesa dos Rios, dada a sua importância para a sobrevivência de dezenas, centenas de milhares ou milhões de pessoas.
“A data tem como propósito celebrar as linhas de água doce naturais de todo o mundo e enfatizar os valores dos rios para a nossa vida quotidiana. O objetivo é aumentar o conhecimento das populações sobre os rios e conscientizá-las para a importância destes recursos, alertando para a necessidade da sua boa gestão, proteção e preservação”. Fonte: Site Tempo
Sendo os rios a maior fonte de água doce que é a base da vida no planeta, a degradação e morte das mesmas, contribuem para a escassez, o uso abusivo e inadequado da água e constituem uma ameaça crescente à proteção do meio ambiente e à própria humanidade. Apenas por meio de uma consciencialização sobre os riscos que os rios correm e só com o envolvimento ativo de todos na procura de soluções, é possível garantir a preservação deste recurso fundamental.
Lutar em defesa dos rios é lutar em defesa das florestas e da vida. Sem rios vivos não existe água de qualidade e abundante e sem água não existe vida
*Juacy da Silva, professor titular, aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, mestre em sociologia, ambientalista, articulador da Pastoral da Ecologia Integral
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