por Edina Araújo*
Várzea Grande, a segunda maior cidade de Mato Grosso, carrega um histórico de corrupção que deixou profundas cicatrizes em sua administração e em sua população. Dois ex-prefeitos, Murilo Domingos (falecido) e Walace Guimarães, ambos cassados, são exemplos de gestões marcadas por desmandos e desvios que prejudicaram o desenvolvimento do município. Entre as irregularidades que mais chocaram a população, destaca-se a compra de carteiras escolares por Murilo Domingos em uma padaria, além das licitações suspeitas na gestão de Walace Guimarães, em que uma loja de roupas de Goiânia foi transformada em construtora e, em apenas seis meses, venceu uma concorrência para obras de infraestrutura no valor de 10 milhões de reais, evidenciando o nível de absurdos que marcaram a política local. O resultado dessas gestões foram obras inacabadas, creches e escolas abandonadas, e um cenário de atraso e vexame para a cidade.
Em um momento crítico, Várzea Grande chegou a ter quatro prefeitos em um único mandato, refletindo o caos administrativo que prevalecia. No entanto, foi com a ascensão da ex-prefeita Lucimar Campos, após a cassação de Walace Guimarães, atualmente candidato a vereador, que o município começou a trilhar o caminho da recuperação. Sob a liderança de Lucimar, as obras de creches e escolas foram retomadas, bairros receberam pavimentação, e a cidade presenciou melhorias significativas em infraestrutura, como a construção de uma Estação de Tratamento de Água (ETA). A receita municipal também foi recuperada, as contas equilibradas, e a população voltou a ter confiança na administração.
Atualmente, a gestão do prefeito Kalil Baracat tem dado continuidade aos avanços iniciados por Lucimar. Entre os progressos notáveis estão a ampliação das estações de tratamento de água, a construção de escolas e creches, e a pavimentação de diversos bairros. Além disso, benefícios como o passe escolar e melhorias no atendimento à maternidade foram concretizados, trazendo alívio e dignidade aos moradores. No entanto, para que Várzea Grande continue a avançar, é essencial que não haja retrocessos.
A cidade não pode mais se permitir voltar aos tempos de corrupção e loteamento de cargos. É crucial que a austeridade e o compromisso com a gestão eficiente prevaleçam sobre o favoritismo político. Quem assumir a prefeitura no próximo pleito deve ter um olhar atento para o presente e o futuro de Várzea Grande, com foco em atrair empresas e gerar empregos, para que os moradores não precisem buscar oportunidades em outros Municípios ou até mesmo em outros Estados.
A responsabilidade com a cidade é urgente, e isso exige uma gestão comprometida, que não se baseie em promessas vazias, mas em ações concretas. A imprensa tem um papel fundamental nesse processo, denunciando irregularidades e fiscalizando os governantes. O Ministério Público, por sua vez, deve voltar a atuar de forma incisiva, cumprindo seu papel de guardião da legalidade e vigilante contra a corrupção.
Somente com a união de forças — entre o gestor, vereadores comprometidos com a gestão, e não apenas com a indicação de apaniguados, a imprensa e o Ministério Público — será possível garantir um futuro digno para Várzea Grande, uma cidade onde as pessoas sintam orgulho de viver, sabendo que seu bem-estar e desenvolvimento estão nas mãos de quem verdadeiramente se importa.
O caminho para uma Várzea Grande mais justa e próspera exige decisão firme, pulso forte e, acima de tudo, compromisso com o povo e com o futuro.
*Edina Araújo, jornalista e diretroa do PORTAL VGNOTICIAS
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