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Artigos Segunda-feira, 13 de Março de 2017, 11:39 - A | A

Segunda-feira, 13 de Março de 2017, 11h:39 - A | A

opinião

Cargos de chefia e o gênero

                                                                                                                                               por Rosana Leite Antunes *

Após 160 anos da tragédia que vitimou 129 trabalhadoras da indústria têxtil de Nova York, que reivindicavam melhorias na condição de labor, através de greve, números da atualidade continuam estarrecendo. As discriminações contra as mulheres acontecem em vários lugares, de forma pontual, ficando evidente a percepção do gargalo.

Desde a Revolução Industrial, quando a mulher assume a condição de população economicamente ativa, com qualidades precárias de trabalho, a aritmética não foi capaz de solucionar problema. Para adentar nesse mercado, aceitaram parcas condições de labor e salários inferiores ao dos homens. Porém, naquela ocasião, não tinha alternativa, era isso, ou nada.

Na atualidade, apesar de tantos anos passados, conquistas, leis afirmativas, e mulheres que já demonstraram a possibilidade de ocupar todos os guetos dantes só ocupados por homens, a reflexão se faz necessária.

As mulheres são 43,8% da população economicamente ativa nacional. A participação feminina cai de acordo com o nível hierárquico. Elas são apenas 37% dos cargos de direção. Quando se fala em topo dos comitês executivos das grandes empresas, as mulheres são 10%. A mulher é maioria dos aposentados por idade, porém, a renda é menor. No ano de 2015 o Brasil alcançou a soma de 4,7 milhões de profissionais, com 63% dos homens em cargos de chefias. O salário das mulheres é aproximadamente 76% do provento dos homens, e, em se cuidando de cargos de direção a proporção é de 68%.

É inversamente proporcional, ou seja, quanto mais alto o cargo e a escolaridades, fica evidente a disparidade de gênero. De outro lado, as mulheres ficam mais tempos nos bancos escolares de nível superior, mostrando que a capacitação feminina é maior.

A população de mulheres é de 51,5%. Entre as desempregadas, as mulheres são 54,1%. Nos tribunais superiores também não é diversa a situação. No Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça os números são iguais, sendo 81,8% de homens, contra 18,2%. As prefeitas do Brasil são apenas 11,6%. No Poder Executivo Estadual as mulheres são 3,7%, versus 96,3%. Na Câmara dos Deputados e

Deputadas, são 90,1% de homens, e, no Senado, eles são 84%. Aliás, o Brasil ocupa a vergonhosa colocação de 155º posição, entre 193 países.

No setor público as mulheres têm a participação diminuída de acordo com o salário, os chamados cargos de DAS. Na administração pública os homens são 60,3%, contra 39,7%. No setor privado a diferença é maior, em se tratando de cargos executivos, são 90% ocupados por homens.

A discriminação é a antítese da igualdade. As mulheres precisam estar, mesmo, em todos os lugares. Os danos causados com as práticas discriminatórias não se restringem àquele ou àquela que foi o alvo específico, alcançando e marginalizando toda a sociedade.

Rosana Leite Antunes de Barros é defensora pública estadual.

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