por Max Russi*
Há algum tempo, a população de Cuiabá apelidou o assunto de “novela do VLT”. Ninguém suportava mais ouvir sobre a conclusão das obras do Veículo Leve Sob Trilhos (VLT) ou a troca do modal para o Bus Rapid Transit (BRT). Hoje, com a oficialização dessa mudança pelo governo do Estado e o início das obras, nos deparamos com mais um capítulo dessa longa trajetória. Para nossa tristeza, o consórcio vencedor da licitação, responsável pela execução do projeto, não cumpriu com o prometido: até agora, apenas 18% do trabalho foi finalizado. O governo anunciou que irá rescindir o contrato com o consórcio atual, de forma amigável para que a população não perca ainda mais.
A obra do BRT em Cuiabá é, sem dúvida, um projeto fundamental para a modernização do transporte público da nossa capital. Mas, é preciso reconhecer que sua implementação tem sido marcada por uma série de falhas e desafios que não podem ser ignorados. Os transtornos causados à população cuiabana são evidentes, e, como representante da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso (ALMT), é meu dever exigir respostas mais rápidas e eficientes para que esse projeto seja concluído com a qualidade e a urgência que os cidadãos necessitam.
Tenho conversado muito com o governador Mauro Mendes e apresentei a ele uma sugestão: a de não deixar a obra nas mãos de uma única empresa. Acredito que a solução seria fracionar a licitação e dividir o projeto em lotes, envolvendo empresas mato-grossenses. Assim, o processo se tornará mais eficiente e rápido, além de fazer a economia circular dentro do estado, gerando empregos e aquecendo o comércio. Essa medida pode ser uma saída para acelerar a conclusão das obras e garantir que os prazos sejam cumpridos.
É preciso ser claro: os cuiabanos não podem mais esperar! Cada minuto perdido no trânsito, cada ônibus que não chega no horário e cada rua interditada sem solução imediata representam uma queda na qualidade de vida dos cidadãos. Costumo dizer que o transtorno no trânsito é democrático, pois atinge todas as classes sociais, desde quem depende do transporte público, até quem possui o carro mais luxuoso. A obra do BRT é essencial para o futuro de Cuiabá, mas também representa o resgate de uma dívida histórica com a população da capital e da baixada cuiabana. Esse novo modal deveria ter sido entregue em 2014. São 11 anos de descaso com os cidadãos, e essa realidade precisa mudar!
Como representantes públicos, temos o dever de garantir que essa dívida histórica seja quitada com um transporte público que atenda às necessidades da nossa capital. O BRT pode e deve ser um marco positivo para Cuiabá, mas isso só será possível com um esforço coletivo de todos os envolvidos e uma gestão mais eficaz. A população cuiabana merece respostas claras, prazos definidos e ações concretas.
*Max Russi – deputado estadual e presidente da ALMT
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