por Wellington Fagundes*
Um país com tantos superlativos que o Brasil detém perante o mundo jamais poderia se permitir estar na dependência das grandes potências. Pelo contrário: somos uma nação predestinada e pronta para sentar-se à mesa com os grupos mais restritos, como Estados Unidos, Japão, Alemanha, Canadá, França, Itália, Reino Unido e Rússia.
Para ficar em alguns exemplos: o Brasil é o maior detentor de bacias de água doce do mundo e possui a 9ª maior reserva de petróleo do planeta. Aqui abrigamos expressivas realizações na exploração mineral, construção de aviões, siderurgia, engenharia, telecomunicações, máquinas elétricas, alimentos e bebidas.
Somos a sexta maior população e temos a quinta maior extensão de terra do mundo. Abrigamos a maior biodiversidade do planeta, um litoral de mais de 7.000 quilômetros, que permite um fácil escoamento da produção para o oceano Atlântico através dos vários portos existentes no país, e uma diversidade climática que propicia variada produção agrícola e industrial. Sim, o agronegócio do Brasil ajuda a alimentar boa parte do mundo, se colocando em posição estratégica quando se trata de segurança alimentar.
Agora, nos preparamos para mais uma conquista espetacular: dar ao mundo, em seu momento mais agudo, uma das mais magníficas contribuições para a história da humanidade, que é a oferta de vacinas contra o novo coronavírus.
A partir do cenário que está sendo construído, é possível afirmar que o Brasil terá vacinas suficientes para imunizar toda a população, aproveitando sua fenomenal experiência em campanhas de imunização pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e, ao mesmo tempo, ajudar os países vizinhos com a oferta de imunizantes, formando, com isso, uma robusta barreira sanitária contra o vírus.
É fato que a pandemia, lastimavelmente, pegou o Brasil - e o mundo - de forma surpreendente. Com as doenças endêmicas sob controle, nosso parque industrial de produção de vacinas se resumiu a dois institutos de pesquisas, o Butantan, em São Paulo; e a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio. Por outro lado, cumprindo a vocação econômica, o Brasil se transformou no maior produtor de vacinas de saúde animal do planeta, ofertando produtos eficazes para grande parte dos países aplicarem em seus rebanhos.
Foi diante dessa capacidade excepcional que nos esforçamos – e garantimos com a Lei 14.187/2021, sancionada a partir de projeto de lei de minha autoria – as condições para que o Brasil possa converter essas plantas industriais para a produção de vacinas contra a Covid-19. São 400 milhões de doses possíveis de serem entregues em um prazo de apenas 90 dias. Basta, para tanto, que os esforços diplomáticos e de regulamentação se concentrem na transferência de tecnologia.
Na busca de vacinas 100% nacionais, vale destacar os melhores esforços do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que vem desenvolvendo duas matrizes, cuja tecnologia poderá ser empregada nessas plantas industriais ligadas ao agro. Para isso, trabalhamos intensamente de modo a assegurar os recursos necessários no Orçamento do Governo, não permitindo qualquer tipo de corte. Insisto: devemos e acreditamos nos nossos pesquisadores, nos nossos cientistas.
Essa independência de vacinas caminha a passos largos, como desejamos e pensamos. Além da fabricação de vacinas Covid-19 em fábricas de produtos veterinários, Butantan e Fiocruz avançaram na ampliação de suas plantas industriais. O Butantan promete mais 100 milhões de doses por ano, enquanto a Fiocruz garante 5 vezes mais imunizantes que hoje.
E agora, na condição de relator da Comissão Temporária da Covid-19, que se transformou numa espécie de vanguarda politica em busca de vacinas, recebo da Pfizer documento em que informa ter assinado, junto com a BioNTech, uma carta de intenção com a empresa farmacêutica de origem brasileira Eurofarma para produção ao Brasil e a outros países da América Latina da vacina da Pfizer e BioNTech contra a COVID-19, ComiRNAty. Com plena capacidade operacional, eles informam que a produção anual no país excederá 100 milhões de doses.
Em suma, estão criadas as condições para, em pouco tempo, com vacina no braço, vencermos aqui no Brasil a pandemia, ajudar nossos irmãos vizinhos, e retomar a normalidade para avançar sobre a proposta de levar a nossa nação aos grupos mais expressivos do mundo. Até lá, distanciamento social, máscara e álcool em gel.
*Wellington Fagundes é senador eleito pelo PL de Mato Grosso e relator da Comissão Temporária da Covid-19
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