Policiais militares agrediram uma mulher de 63 anos e deram um golpe de mata-leão em seu filho durante abordagem na garagem da família em Barueri, São Paulo, na noite dessa quarta-feira (4.12). Vídeos gravados por testemunhas registraram a cena violenta.
De acordo com informações do site G1, Matheus Higino Lima Silva, de 18 anos, e Juarez Higino Lima Junior, de 39, estavam na calçada com uma moto próximo à residência, quando foram abordados por PMs na Rua Mar Negro. O veículo estava com a documentação atrasada, por isso os agentes iriam apreender a motocicleta.
Pai e filho resistiram a ação e correram para o interior da garagem. Segundo a versão da PM, apresentada no boletim de ocorrência, eles teriam xingado os agentes de "seus lixos".
Posteriormente, os policiais voltaram com reforços e entraram no imóvel, agredindo com golpes de cassete pai e filho. A abordagem se transformou em uma confusão generalizada. Nas imagens, é possível ver que um dos PMs chegou a aplicar em Juarez um golpe de mata-leão, proibido pela instituição desde 2020.
No vídeo, Lenilda Messias Santos Lima, mãe de Juarez, ainda aparece com o rosto sangrando e aos prantos. Ela é empurrada e chutada por um policial, que puxa a idosa pela gola do casaco.
À TV Globo, Juarez contou que os policiais entraram na casa sem permissão e de forma violenta.
“Eles vieram e deram um monte de pontapé, empurraram a porta e abriram. Do jeito que eles abriram, já entraram com pistola na nossa cara, com laser, as pistolas com luz verde na nossa cara, arma grande e o cassetete batendo em todo mundo. Pegaram meu filho e levaram para o canto. Batendo nele todo o tempo e virou aquela confusão generalizada. Uma verdadeira cena de terror."
Em razão dos ferimentos, Juarez, Matheus e Lenilda foram levados para o Pronto Socorro Central de Barueri (Sameb) e depois encaminhado à Delegacia de Polícia de Barueri. O caso foi registrado como desacato, resistência, lesão corporal e abuso de autoridade.
Em depoimento, os policiais justificaram a entrada na casa sem autorização e o uso da força pela "caracterização do estado flagrancial em que se encontrava Matheus, o qual teria praticado, em tese, o crime de desacato contra os policiais".
Questionada sobre a conduta dos agentes, a Secretaria da Segurança Pública disse que "não compactua com desvios de conduta e assegura que qualquer ocorrência envolvendo excessos será investigada e os agentes devidamente punidos".
"A Polícia Civil analisa as imagens da ocorrência e investiga todas as circunstâncias dos fatos. O caso foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Militar para apuração e as devidas medidas", ainda informou em nota. (Site G1)
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