Apaixonado por futsal desde a infância, Victor Miguel Pereira Valentim, de 17 anos, encarou desafios imensos para seguir seu sonho. Após perder os movimentos do tornozelo devido ao tratamento contra o câncer, Victor encontrou uma nova esperança através de uma cirurgia inédita no Brasil, que poderá levá-lo de volta às quadras.
Victor, natural de Santa Bárbara, Minas Gerais, enfrentou adversidades desde cedo. Aos 7 anos, perdeu a mãe para um aneurisma cerebral. Três anos depois, foi diagnosticado com leucemia, com 65% de suas células comprometidas. Iniciou um tratamento intenso, incluindo quimioterapia e corticoides, o que causou graves efeitos colaterais em seu corpo.
“Ele queria melhorar. Ele quis, ele teve essa força de vontade, sabe? Isso me ensinou muito. Eu aprendi muito com ele,” conta emocionada Alexsandra Maria Duarte Valentim, madrasta de Victor.
Mesmo diante das dificuldades, Victor não desistiu de sua paixão pelo futsal. Antes de seu diagnóstico, ele frequentava assiduamente as quadras de sua cidade. Porém, a agressividade do tratamento o afastou do esporte por um tempo. Após uma cirurgia inicial que inseriu uma prótese de cimento, Victor conseguiu retornar aos jogos, agora como goleiro. Em 2023, destacou-se em um campeonato escolar, contribuindo com defesas e até gols, mas a dor se intensificou.
A solução definitiva veio com a possibilidade de um transplante de tornozelo, técnica inédita no Brasil. “Buscamos na literatura se havia algum caso similar e não encontramos nenhum relato desse tipo de transplante realizado no país. Esta seria a primeira cirurgia de transplante de tornozelo no Brasil,” explica o Dr. Rodrigo Simões Castilho, ortopedista responsável pelo procedimento.
Victor foi cadastrado no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), no Rio de Janeiro, e em maio de 2024, recebeu a notícia de um doador compatível. A cirurgia foi considerada um sucesso, e atualmente, Victor segue tratamento em uma câmara hiperbárica para melhorar a circulação e cicatrização do transplante.
“A expectativa é que em até seis meses ele já consiga estar andando normalmente e possa fazer tudo aquilo que deseja,” afirma o Dr. Castilho.
Além do sonho de voltar às quadras, Victor agora nutre o desejo de ser médico oncologista. “Eu tenho certeza que conseguirei ajudar crianças que passam e passaram pelo que eu mesmo passei,” declara o jovem. (Com Fantastico)
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