O mercado pecuário de Mato Grosso, registrou um movimento importante em setembro: o ágio entre boi gordo e bezerro caiu 2,71 pontos percentuais, em comparação ao mês anterior. O indicador, que mede a diferença de valorização entre as duas categorias, ficou em 28,38%, refletindo a dinâmica de oferta e demanda de animais para abate e reposição no estado.
Apesar da alta de 1,41% no preço do bezerro de um ano, que alcançou R$ 273,89/@, o boi gordo teve uma valorização ainda mais expressiva de 3,54%, cotado em média a R$ 213,06/@ no mês. Esse comportamento do mercado aponta para uma crescente demanda por animais prontos para o abate, enquanto a oferta de bezerros continua limitada devido ao abate elevado de matrizes nos últimos dois anos.
Especialistas do setor afirmam que essa diferença no ritmo de valorização entre o boi gordo e o bezerro deve-se, principalmente, à redução na disponibilidade de bezerros, o que pressiona seus preços no médio prazo. Ao mesmo tempo, o boi gordo se mantém como um ativo altamente procurado, impulsionado pela recuperação do consumo interno e pela demanda de exportação, mesmo com restrições como a suspensão das compras de carne de fêmeas pela União Europeia a partir de outubro.
A queda no ágio entre as categorias também reflete um ajuste no mercado, que parece estar reagindo às condições de produção. A valorização do boi gordo, além de influenciar diretamente os pecuaristas que lidam com o abate de animais prontos, também representa um desafio para os produtores de bezerros, que precisarão lidar com uma relação de troca menos vantajosa nos próximos meses.
Com a continuidade do abate elevado de fêmeas e a menor oferta de bezerros, é provável que o preço desses animais permaneça em alta. Entretanto, o boi gordo deve continuar sustentando boas cotações, em virtude da demanda estável por carne bovina, tanto no mercado interno quanto externo.
O cenário, portanto, exige atenção redobrada dos produtores e investidores do setor, que precisam se ajustar às variações de preços entre categorias e planejar com cautela o ciclo de produção para o próximo ano.
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