O ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, expressou nesta quinta-feira (07.12) sua opinião sobre o destaque do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na conferência do clima COP 28, realizada em Dubai.
Fávaro elogiou a postura de Lula diante da recusa do presidente francês, Emmanuel Macron, em relação ao acordo entre o Mercosul e a União Europeia.
"O presidente Lula foi um grande protagonista entre os líderes mundiais, levando uma mensagem de conciliação com o meio ambiente, de boas práticas e com altivez. Não deixando que só apontem o dedo para o Brasil cobrando ações brasileiras no combate ao desmatamento, nós temos boas práticas e queremos nos valorizar por isso", destacou Fávaro.
Quanto à reação de Lula ao término do acordo União Europeia/Mercosul, no qual classificou os franceses como protecionistas, Fávaro ressaltou a altivez do presidente por exigir reciprocidade.
"Infelizmente, o acordo União Europeia/Mercosul não está se concretizando devido ao protecionismo europeu, principalmente o protecionismo francês. O Brasil está pronto para adotar as tecnologias mais exigentes de produção sustentável, mas exige reciprocidade ou pagamento pelos serviços prestados ao meio ambiente pelos produtores brasileiros. A altivez do presidente Lula foi muito importante na COP", afirmou o ministro.
Em uma coletiva de imprensa, o presidente Lula comentou sobre a possibilidade de fracasso no acordo União Europeia/Mercosul, enfatizando que, caso não haja acordo, pelo menos ficará registrado de quem é a culpa. Ele ressaltou que o Brasil não fará acordos para incorrer em prejuízo.
"Temos coisas para vender, e as coisas que temos para vender têm preço. Se não houver acordo, paciência. Não foi por falta de vontade. A única coisa que deve ficar clara é que não digam mais que é por conta do Brasil, que não digam mais que é por conta da América do Sul. Assumam a responsabilidade de que os países ricos não querem fazer um acordo na perspectiva de fazer concessões. É sempre ganhar mais, e nós não somos mais colonizados. Somos independentes e queremos ser tratados apenas com o respeito de países independentes, pois temos coisas para vender, e as coisas que temos têm preço", declarou Lula.
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