O mercado de milho em Mato Grosso, maior produtor brasileiro do grão, tem vivido um período de alta valorização, impulsionado pela competitividade internacional e pelo câmbio favorável. Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o preço médio do milho no estado atingiu R$ 41,89 por saca na primeira semana de setembro, registrando um aumento de 4,26% em comparação com a semana anterior.
O estado exportou em agosto 4,1 milhões de toneladas de milho, um crescimento de 42,98% em relação a julho, mas ainda 24,93% abaixo do registrado na última safra. "Esse crescimento expressivo é comum nesta época do ano, quando a safra entra no mercado internacional", afirma o Imea. Contudo, as exportações totais brasileiras no ano estão 28,85% abaixo do mesmo período de 2023, refletindo uma desaceleração geral na demanda externa.
Mato Grosso, responsável por 70,35% das exportações brasileiras de milho entre janeiro e agosto, tem se destacado apesar do cenário global adverso. A expectativa é de que as exportações fiquem mais aquecidas no segundo semestre de 2024, à medida que a oferta interna aumenta com a nova safra.
O avanço nas vendas de milho também chama atenção. Até agosto, 69,70% da safra 23/24 já havia sido comercializada, um salto de 11,61 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Esse aumento é atribuído à alta nos preços internos, sustentada pela valorização do dólar e a forte demanda externa.
Além disso, a comercialização antecipada da safra 24/25 chegou a a 11,36% até agosto, registrando um crescimento de 4,07 pontos percentuais em relação a julho. Esse movimento é impulsionado pelos bons preços futuros, que fecharam o mês com média de R$ 39,52 por saca.
A recente valorização do dólar também desempenhou um papel crucial no aumento da competitividade do milho brasileiro no mercado internacional. O milho negociado na B3 (Bolsa de Valores do Brasil) teve alta de 2,91% na última semana, cotado a R$ 62,51 por saca. Já no CME Group, a bolsa de commodities de Chicago, o aumento foi ainda maior, com os preços subindo 4,58%.
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